Kleber Mendonça Filho
André Rodrigues Publicado em 11/01/2013, às 17h37 - Atualizado às 17h43
Premiado longa pernambucano retrata conflitos na classe média-alta brasileira
Este primeiro longa-metragem do realizador pernambucano Kleber Mendonça Filho – que já tinha se destacado em diversos curtas – está impregnado de grandes cenas com tanto poder de sugestão e sentidos ocultos, que podem ser apreciadas várias vezes. Uma das mais interessantes é a que mostra uma reunião de condomínio em um prédio de luxo da zona sul de Recife. Há ali momentos prosaicos, de conversa-fiada, e também uma tensão capaz de revelar a feroz luta política entre patrões e empregados. A ambiguidade dessa sequência resume com precisão o estado de espírito de O Som ao Redor e é motor de uma reflexão sobre o país. Ao transitar por este microcosmo (a rua), a câmera penetra na vida de pessoas comuns, como uma dona de casa entediada ou o chefe de um grupo de seguranças. Algumas histórias se cruzam com precisão, nos envolvendo em uma narrativa cheia de surpresas; outras nos oferecem intriga e mistério, enchendo o filme com um fino e delicado comentário social. Esse equilíbrio nos conduz para uma obra complexa, capaz de invadir a nossa vida e reforçar a relevância do cinema vindo de Pernambuco.
Elenco: Gustavo Jahn e Irandhir Santos
Custódia
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