Redação Publicado em 06/08/2010, às 06h33 - Atualizado às 06h34
Nimród Antal
Adrien Brody, Alice Braga, Laurence Fishburne, Topher Grace
Caça e Caçador
Franquia retorna com roupa nova e elenco estrelado
Em Predadores, há uma breve citação ao primeiro Predador (1987), aquele encabeçado por Arnold Schwarzenegger quando nem cogitava seguir carreira política. Mas não faz diferença alguma ser expert nesse clássico do tiroteio bagaceiro, porque, assim como nos videogames, tudo em Predadores é uma questão de imergir na experiência. A história, escrita em 1995 por Robert Rodriguez (aqui ele é “só” o produtor), é bem-sucedida ao manter o escopo e a sufocante ambientação do original. Desta vez, a trama sai da Terra e desaba em um planeta florestal que é palco de um jogo mortal de caça e caçador – no caso, entre predadores de sangue fluorescente e humanos sem sangue de barata. Os monstros propriamente ditos (são vários) só dão as caras com 40 minutos de ação. Já os terráqueos – liderados por um Adrien Brody cheio de atitude – enfrentam dramas pessoais enquanto rebolam para dar cabo dos bichos. Em meio a tudo, há espaço para uma ponta esquisita de Laurence Fishburne e muito tempo em cena para Alice Braga brilhar e reforçar sua figura quase onipresente em Hollywood.
Entrevista – Robert Rodriguez
Você previu a premissa dos reality shows com o enredo de Predadores: pessoas perdidas, perseguidas por monstros... Lembra até Survivor.
Realmente, foi algo antes de seu tempo [risos]. É uma idéia antiga essa do “esporte mais perigoso do mundo”, pessoas caçando humanos etc. Eu curtia a ambientação “florestal” do primeiro Predador. O segundo se passa na cidade, então para o novo fiz questão de voltar à selva. Mas não dava para simplesmente jogá-los no meio do mato, então bolamos algo diferente: mandá-los para outro planeta. Foi divertido.
Você escreveu a história há 15 anos, mas na época ela foi considerada cara demais. Você sempre se preocupou com dinheiro ao escrever?
Quando sou eu o diretor, sim. Quando escrevi A Balada do Pistoleiro [1995], eu era o maior interessado em saber quanto teria para gastar. No caso de Predadores, foi diferente – fui convidado justamente para dar certa visão criativa à franquia. A história em si se manteve parecida de lá para cá, o planeta é o mesmo. Antes eu tinha uma visão mais futurista, mas agora decidimos seguir uma linha mais atual.
É a primeira vez que você é o produtor de um filme e não o dirige. Houve algo que quis fazer diferente em relação ao que Nimród Antal faria?
De jeito nenhum. Ele fez um trabalho incrível. Enquanto Nimród dirigia, era impossível dizer que ele cometeu algum erro. Não há maneira correta ou errada de se fazer esse tipo de coisa. Dirigir é algo muito subjetivo.
Quanto do seu estilo pessoal está em Predadores?
De cara você pode dizer que o filme não foi dirigido por mim, mas há a participação de muita gente que trabalhou comigo em outras produções. Por isso, muitas cenas vão parecer que foram feitas por mim, já que é a mesma equipe criativa por trás das câmeras. Mas acho que dá pra dizer que o filme tem uma “marca registrada” do produtor, porque é bem enxuto e intenso. Espero que as pessoas curtam.
Pablo Miyazawa
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