Redação Publicado em 12/10/2007, às 14h18
A telinha opressora
No mundo pós-família soprano, parece injusto dizer que o que nasceu para TV não chega a cinema, mas é esse mesmo o problema dessa transposição do romance oitocentista O Primo Basílio, de Eça de Queiroz, para a São Paulo de 1958. Nem dá para dizer que seja uma má adaptação: a caretice da pequena burguesia brasileira dos anos dourados é um ambiente tão adequado quanto o original para a fábula moral de adultério e chantagem que antagoniza a patroa Luísa (Débora Falabella) e a empregada Juliana (Glória Pires). O tom farsesco/macabro também nada tem de errado. Poderia ter gerado um confronto de divas descompensadas à la Notas sobre um Escândalo, outro papel a que o material, à luz de 2007, se presta perfeitamente. Se Primo Basílio fica no poderia-ter-sido, é tão somente por ter sido filmado como se fosse um especial para passar na Globo. Planos sem movimento e seqüências meramente ilustrativas, editadas em ritmo de minissérie, geram um filme que nunca respira, nunca supera a condição de sinopse de si mesmo. Os atores fazem o que dá. Os coadjuvantes Guilherme Fontes e Simone Spoladore ainda têm lampejos. Dos protagonistas, uma Débora Falabella no piloto automático é o que há de melhor.
Por Jaime Biaggio
Débora Falabella, Fábio Assunção, Glória Pires
Daniel Filho
12
08
2007
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