Redação Publicado em 07/10/2009, às 15h49 - Atualizado às 15h50
Roberto Moreira
Silvia Lourenço, Danni Carlos, Paulo Vilhena
Retrato superficial dos amores e das desilusões que habitam a cena urbana
São Paulo é mais uma vez cenário e personagem no segundo longa de Roberto Moreira. Concebido como um mosaico humano, o roteiro, escrito pelo diretor e por Anna Muylaert, passou por inúmeras enxugadas, reduzindo seus 26 personagens em cerca de duas horas e meia de duração para três histórias de amor em 83 minutos. Essa simplificação se faz sentir, pois o resultado não dá liga. O filme é antenado e liberal, mas o único personagem empático é a assistente de advocacia Suzana (Maria Clara Spinelli), que guarda um bem colocado segredo pessoal. Os tipos, porém, são apenas esboços, até mesmo a protagonista, a aspirante a atriz Marina (Silvia Lourenço). E pior: a trama entre o escritor Jay (Fabio Herford) e a prostituta Michelle (Leilah Moreno) é tola e inverossímil. A embalagem moderninha ganha ares pretensiosos com o emprego de “High and Dry”, do Radiohead, logo nos créditos de abertura, queimando de cara um grande cartucho. A presença de Danni Carlos, como uma roqueira bissexual, abre brecha para covers da própria. A trilha ainda inclui Forgotten Boys, Macaco Bong e Vive la Fête. Pena que tudo isso está a serviço de um filme que dura pouco demais pro seu próprio bem.
POR CHRISTIAN PETERMANN
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