Maurício Farias
Érico Fuks Publicado em 13/03/2013, às 15h34 - Atualizado às 15h35
Comédia usa sutileza para mostrar classe média jovem fracassada
“Dizem que a vida começa depois dos 40, mas a nossa vai acabar antes dos 30.” No meio de uma comédia de erros, essa frase em tom de desespero de um dos personagens pode parecer ingênua, mas funciona como a síntese de uma juventude desiludida. Esse recorte social de uma classe média fracassada, opção já percorrida em parte do cinema argentino e até em filmes do Woody Allen, foca em cinco amigos da adolescência, entre eles um professor de inglês, um cantor de bar e um dono de videolocadora falida, que se encontram para jogar futebol. Para tentar sair da pobreza, o grupo planeja o assalto a uma transportadora de valores. Os diálogos ágeis, as referências pop aos super-heróis e as situações forçadamente atrapalhadas diluem o peso deste retrato tragicômico, como se estivessem abrindo um sorriso amarelo diante da decadência. Para o cinema brasileiro atual, acostumado a mostrar a miséria do ponto de vista das favelas, invadir com humor o ambiente urbano do cidadão comum é uma tentativa bem-vinda.
Elenco: Fábio Porchat, Bruno Mazzeo e Lúcio Mauro Filho
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