Tropicália ou Panis et Circencis

Redação

Publicado em 07/01/2011, às 14h50 - Atualizado às 14h57
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- Divulgação

Ana de Oliveira

Editora Iyá Omin

Movimento musical e cultural é resgatado em livro de luxo

O termo “Geleia” pode provocar arrepios entre os menos avisados ou mesmo parecer por demais batido. Mas todas as variações da cultura brasileira, desde a alta cultura produzida nos cursos de pósgraduação até as mais deslavadas manifestaçoes mercadológicas, passando pelas autênticas manifestações populares, fazem parte desta panela de feijoada em constante fervura e ebulição. Um dos produtos mais autênticos e que melhor representou, na área musical, essa salada, dando um caráter popular e erudito a essa diversidade, foi o lançamento, em 1968, do LP Tropicália ou Panis et Circences. Estava ali representada toda essa mistureba da cultura brasileira através do que passava pela cabeça dos seus principais criadores: Caetano, Gil, Tom Zé e o maestro Duprat. E como produto aglutinador de um movimento, que remete à Semana de Arte Moderna de 1922, continua ainda hoje gerando seus rebentos. O último deles é o livro do mesmo nome que traz um ensaio e um pôster para cada uma das 12 canções do disco. Para a leitura reserve um grande espaço na mesa, pois aberto ocupa 60 cm. O livro é exageradamente bonito, sendo ele mesmo um objeto com o espírito tropicalista. Supercolorido, excessivamente pop, ele é ilustrado com ampliações e recortes das ilustrações que o acompanham no formato pôster. Mas não é um livro só para ser folheado. Importante também é o conteúdo dos ensaios bilíngues, que destrincham o significado das canções do álbum.

ANTÔNIO DO AMARAL ROCHA

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