Redação
Publicado em 08/09/2010, às 21h22 - Atualizado às 21h23José Rodrigues dos Santos
Usina de Letras
Autor fala sobre a vida, a morte, as glórias literárias e o ofício da escrita
Quem admira determinado escritor sempre quer saber o que está atrás das histórias que inventam, porque as inventam e, afinal, porque vivem desse ofício não muito questionado, mas, sem darmos conta, tão necessário. É o que, de certa forma, tenta esclarecer o jornalista português José Rodrigues dos Santos nesta entrevista com José Saramago, Prêmio Nobel d e Literatura de 1998, concedida em Lisboa, em 2009. Saramago morreria menos de um ano depois, aos 87 a nos. O entrevistador colheu do autor revelações logo após a sua última crise de saúde e por isso o tema da morte, de ter estado por um triz, é assunto de boa parte da entrevista. Mas também estão aqui confidências sobre as controvérsias dos seus romances, os embates com as opiniões que eles suscitaram, e especialmente sobre a função da linguagem como função recriadora da realidade. “Os meus livros não têm finais felizes, porque a vida também não os tem.” Este pequeno livro, cuja leitura provoca uma sensação de “quero mais” é, por assim dizer, um caminho, insuficiente, é claro, para a compreensão da obra do escritor tão admirado no Brasil e no mundo. Ainda assim, um válido registro.
Antônio do Amaral Rocha