Redação Publicado em 11/07/2011, às 16h00 - Atualizado às 16h00
Cosac Naify
Obras distintas revelam como funcionam as estruturas da banda liderada por Mick Jagger e Keith Richards
Lançado originalmente em 2003, este luxuoso livro, que agora ganha edição nacional, é a história oficial dos Rolling Stones, contada por eles mesmos. Um dos grandes fatores da sobrevivência de Mick Jagger e Keith Richards é se livrar de pesos mortos. A dupla tem uma visão stalinista da história. Ou seja, se alguém não interessa ou então está atrapalhando, é eliminado da narrativa. O trágico e problemático Brian Jones morreu em desgraça em 1969 depois de ter sido demitido da banda que fundou e à qual deu nome. No livro, ele é pintado como um drogado sem redenção. Já o baixista Bill Wyman e o guitarrista Mick Taylor ainda estão vivos e saíram dos Stones brigados com Jagger e Richards. Eles não foram chamados para dar o seu parecer. A presença e a contribuição deles são praticamente ignoradas, dando a impressão de que nunca fizeram parte da banda. Isso é previsível. O livro é a visão de Jagger, Richards, Charlie Watts e Ron Wood, os membros oficiais dos Stones que ainda seguem com a banda, e eles não queriam nenhum desmancha-prazeres por perto. O lado positivo: a obra tem fotos deslumbrantes e alguns comentários são interessantes, especialmente os de Charlie Watts, que geralmente não fala muito. Não é indispensável, mas, aqui, “autorizado” não significa “definitivo”.
PAULO CAVALCANTI
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