Philip K. Dick
André Rodrigue Publicado em 16/06/2014, às 11h41 - Atualizado às 15h18
Diante de fatos tão esquisitos relatados pela imprensa global diariamente, a frase “a realidade é muito mais surpreendente do que a ficção” virou moda. Mas como dizer isso depois da leitura dessa fantasia apocalíptica e metafísica que deu origem ao filme Blade Runner – O Caçador de Androides, de Ridley Scott? Lançado em 1968, o futuro de Philip K. Dick neste Androides... é tão delirante, que jamais perde para a vida real – na verdade, em muitos casos, ele parece antecipá-la. No livro, a Terra virou um depósito de porcarias contaminadas pela poeira. Devastado por uma grande e fatal guerra, o planeta parece à beira do fim. Aqueles que tiveram sorte e grana se mandaram para as colônias no espaço, principalmente Marte. O caçador de recompensas Rick Deckard não é um deles. Ficou em São Francisco e ganha uns trocados eliminando androides fujões. Sonha em ter um animal de verdade (ele possui uma ovelha elétrica) e enfrenta diversas questões filosóficas em uma perigosa missão. K. Dick escreveu mais de uma centena de contos e dezenas de romances – muitos adaptados para as telas. Morreu aos 53 anos, em 1982, meses antes do lançamento de Blade Runner (filme a que não assistiu, mas previu que seria um marco). Além do texto contagiante, a nova edição traz alguns extras, como a última entrevista do autor. É um livro com diversas portas de entrada, todas capazes de nos deixar perplexos.
Fonte: Aleph
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