Redação
Publicado em 09/02/2009, às 18h16 - Atualizado às 18h19Desiderata
De volta, momentos impagáveis dos primórdios das Organizações Casseta
É a velha regra da cultura de massa. Geralmente todo trabalho inovador ou subversivo vira instituição. Foi o que aconteceu com o pessoal do Casseta e Planeta. Nos anos 80, existia o debochado jornal O Planeta Diário. Na sequência, amigos e contemporâneos criaram uma revista igualmente tosca chamada Casseta Popular. A crescente aceitação fez com que as férteis mentes dessas publicações juntassem forças e se infiltrassem em locais anteriormente improváveis, como a Rede Globo. O programa Casseta e Planeta Urgente, apesar de hoje estar um tanto desgastado, fez escola e lançou sementes para o novo humorismo televisivo. Assim, vale lembrar como tudo começou. A Antologia Casseta Popular nos leva aos anos Collor, quando o presidente que foi deposto e Zélia Cardoso de Mello, sua então ministra da economia, eram alvo das piadas cruéis dos humoristas. Mas a turma nunca foi politizada, preferindo centrar fogo na escatologia, no besteirol generalizado e no humor politicamente incorreto. O arsenal dos comediantes tinha um pouco de tudo: quadrinhos, fotonovela e principalmente o chamado “jornalismo mentira”. E os Cassetas ainda entrevistavam gente que em breve iria falecer e se tornar cult como Mussum e Clóvis Bornay. Quem não conhece ou então pretende relembrar os momentos marcantes do Casseta então pode pegar este livro, que foi organizado por Arthur Dapieve. Os tempos gloriosos do Macaco Tião estão de volta!
Entrevista: Beto Silva e Helio de La Peña
Hoje, como você avalia esse material?
Helio: Rapaz, eu confesso que há um bom tempo eu não olhava tudo isso que fizemos por inteiro. Mas confesso que vez ou outra a gente folheava as revistas para ter idéias. Várias piadas foram inspiração para diversos quadros que fizemos ao longo dos anos. Acho que as matérias continuam engraçadas, independentemente da passagem do tempo.
Uma das capas mais famosas foi a da gravidez do Bussunda...
Beto: Nessa época, tinha virado moda mulher famosa posar para capa de revista mostrando a barriga. Isso aconteceu com a Demi Moore e acho que com a Luisa Brunet. O Bussunda era um cara naturalmente engraçado e tinha um físico ideal para as nossas piadas visuais. E o melhor: topava qualquer coisa, por mais absurda que fosse. Por isso ele era escalado como nosso “top model”. Assim, por muito tempo ele se tornou a “cara” da Casseta.
Paulo Cavalcanti