Redação Publicado em 07/10/2009, às 16h31 - Atualizado às 16h31
Haruki Murakami
Alfaguara
Thriller existencial destrincha uma madrugada na cidade de Tóquio
Duas irmãs de personalidades opostas, Mari e Eri Asai, são o fio condutor de Após o Anoitecer, de Haruki Murakami, um dos mais lidos e importantes autores japoneses da atualidade. Enquanto Mari vaga pelas ruas noturnas de Tóquio e encontra os mais diversos tipos de pessoas em sua jornada, Eri dorme um sono profundo do qual não quer despertar. A narrativa de Murakami é como o jazz que ele tanto ama e que perpassa a única madrugada em que os acontecimentos do livro se desenrolam. Ela é feita de camadas, de pessoas que aparecem e somem como notas inesperadas e que podem ser tão imprevisíveis como um solo improvisado de sax. E de outros seres que se debatem de um modo misterioso num mundo que não entendemos, mas que estranhamente encontra uma harmonia. Murakami cria uma atmosfera de suspense permanente. Cabe ao leitor preencher os espaços vazios deixados pelo enredo. No final, o que nos sobra é justamente isto: uma sensação avassaladora do nada, de solidão, e que a vida, assim como uma simples noite em Tóquio, é um eterno procurar e ser procurado, um imponderável retalho de acasos.
POR MAURÍCIO DUARTE
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