Redação Publicado em 11/10/2007, às 17h06 - Atualizado em 12/10/2007, às 15h32
Viagem truncada
Não há dúvidas quanto a arte deste álbum. Tudo é feito num belo preto-e-branco no qual o desenhista trabalha muito bem com tons de cinza e mostra um estilo próprio muito bom e definido. Shiko é claramente influenciado por Will Eisner e isso aparece em todas as páginas, o que não tira o mérito do artista em nenhum momento, afinal Eisner é rei. A história traz uma série de referências ao mundo da música, dos quadrinhos, do cinema e da literatura e isso é algo divertido para quem gosta de ficar caçando essas minúcias. Mas, paradoxalmente, o grande problema de Blue Note está justamente em seu roteiro. A expressão "sei lá, mil coisas" aparece pelo menos duas vezes e talvez seja a melhor maneira de definir o álbum. O texto é viajandão, com pretensões poéticas que aparecem meio jogadas, sem muita conexão. Talvez tenha sido a intenção de Biu e deve haver ligações claras entre uma coisa e outra na mente do autor, mas não para o leitor, que fica perdido. O resultado é que ler, quadrinho a quadrinho, Blue Note é algo chato e só se salva pelos desenhos caprichados. Virou uma HQ capenga feita com dinheiro do governo da Paraíba. Vai entender.
Por Odair Braz Júnior
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