Redação Publicado em 11/10/2007, às 18h11 - Atualizado em 12/10/2007, às 14h21
Loucuras setentistas
Os anos 70 foram ontem, mas já faz muito tempo se formos olhar o triunfo da neocaretice sobre os ideais daquela época. Exatamente em cima do clima vigente naquela ocasião, o grego Alexandros Evremidis escreveu o saboroso Claudinha no Ano da Loucura, esquecido durante muitos anos e agora relançado pela charmosa editora catarinense Letras Brasileiras. A iniciativa da republicação coube ao editor e escritor Jaksam Kaiser, que confessa na apresentação da nova edição que ficou perturbado com a leitura de Claudinha em 1985, e na feira do livro de Porto Alegre em 2006, lembrou-se do livro em conversa com um amigo. Rastreou as pegadas de Evremidis, achou seu site pessoal na internet e agora os leitores têm às mãos um belo estilhaço dos anos 70 produzido por um autor nascido na Macedônia e radicado no Rio de Janeiro que ostenta no currículo ter sido o primeiro marido da esfuziante musa tropicalista Elke Maravilha. Só por isso já não dá vontade de ler um livro escrito por esse caboclo? Pois Claudinha vale a pena. Caia de boca, mas saiba que não é um livro de sacanagem como pode parecer à primeira vista. É a história de amor sem concessões e bem apimentada entre uma ninfeta e um trintão com temperos típicos dos anos 70. Drogas, sexo, tesão, liberdade e muita poesia. Nada fica a dever a outros livros com ingredientes semelhantes, como o Luna Caliente, do argentino Mempo Giardinelli.
Por RICARDO SOARES
Literatura Nacional
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01
08
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