Contos Atrevidos

Redação

Publicado em 06/05/2010, às 11h19 - Atualizado às 11h19
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Antonio Bivar

Prumo

Em seu primeiro livro de contos, Bivar explora fragmentos da vida ordinária

Dramaturgo consagrado e expoente da contracultura brasileira das décadas de 1970 e 1980, Antonio Bivar parece mais contemplativo do que anárquico em seu primeiro livro de contos. As narrativas buscam captar instantâneos do cotidiano de pessoas comuns em situações quase sempre banais. Uma gente mais ou menos melancólica e mais ou menos conformada circula pela obra, sejam essas pessoas casais da terceira idade, donas de casa entediadas, famílias ou uma hipocondríaca encalhada. O problema do livro talvez seja justamente este: é comum demais, não há sobressaltos na leitura. Não existe o atrevimento prometido no título. Pouco dele permanece vivo na memória ou resiste a uma imersão mais profunda. O esforço em capturar a faceta mais normal possível dos personagens deixa algumas pontas soltas e alguns dos contos acabam sendo mais uma espécie de preâmbulo que poderiam vir a ser do que uma história propriamente dita. No entanto, alguns pontos merecem destaque, como o conto “Tattoo or Not Tattoo”, em que mãe e filha discutem se a segunda deve ou não fazer uma tatuagem apenas porque está na moda, com todo o subtexto conservador por trás do discurso moderninho da matriarca.

POR MAURICIO DUARTE

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