Redação
Publicado em 11/10/2007, às 18h03 - Atualizado em 12/10/2007, às 16h04Auto-ajuda capitalista e selvagem
Na saga para preencher o vácuo de 2Pac, 50 Cent realiza um feito digno da megalomania de seu modelo: lança, do alto de seus 29 anos, uma autobiografia. Sendo de NY, suas letras devem mais a B.I.G., mas 50 é um artista que depende tanto da sua imagem quanto do seu som. Ele se justifica no prefácio: quer esclarecer seu passado e compartilhar suas experiências, definindo sua escalada profissional (traficante e músico) como uma boa metáfora pra vida de qualquer um. Temos, portanto, um livro de auto-ajuda capitalista selvagem. De sua perspectiva, ele lê até Confúcio como defensor do livre-comércio. 50 só menciona música como viração, emprego sem firma, e fala pouco do assunto. O maior personagem aqui <é o autor garantindo sua pose de mau, que soa forçada, principalmente em relação às mulheres - não por machismo, mas pela insistência em uma indiferença quase psicopata. Ao contrário de qualquer escritor, ele sente os recursos literários como freios para o entendimento da realidade, e seus parágrafos são dignos de um blog, na pior acepção do termo.
Por André Maleronka
Auto-Ajuda e Desenvolvimento Humano
50 Cent
01
02
2007