Redação Publicado em 07/12/2010, às 15h44 - Atualizado em 08/12/2010, às 17h34
Ricky Martin
Editora Planeta
Ex-Menudo tenta ser o mais sincero possível e evita clima de fofoca
É fácil acusar Ricky Martin de oportunismo. Sua saída do armário, divulgada com certo estardalhaço em março, veio acompanhada do anúncio de uma autobiografia, Eu, lançada mundialmente em novembro com a promessa de revelar pormenores da intimidade do porto-riquenho. Dois movimentos que, se dispostos isoladamente, não pareceriam tão calculados para fazer dinheiro em cima de detalhes que o cantor diz ter sempre tentado preservar. Mas Eu não traz grandes surpresas. Em cerca de 300 páginas, Martin equilibra-se entre o papel de artista-eternamente-grato-aopúblico (por sucessos como “Livin’ la Vida Loca”) e de artista-que-não-soube-lidarcom-a-fama. Estão no livro sua entrada no Menudo, a fase de galã em séries e novelas, o sucesso como uma espécie de líder da invasão latina na música pop, a decepção com o segundo disco em inglês, o retiro espiritual na Índia, seus trabalhos filantrópicos de combate ao tráfico humano e o nascimento de seus dois filhos. A obra segue o roteiro básico de apogeu e queda da maioria das celebridades contemporâneas, temperado por detalhes discretos da vida sexual do cantor, que conta ter se apaixonado perdidamente por homens e mulheres com a mesma intensidade até se aceitar gay. É um relato sóbrio e bastante redundante de uma jornada de autodescobrimento, mas sem grandes atrativos para quem espera por material explosivo de blogs de fofoca.
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