Redação
Publicado em 11/07/2011, às 16h16 - Atualizado às 16h17Vera Christiane Felscherinow
Bertrand Brasil
Nova edição do notório best seller que chocou no final da década de 70
Não há como negar, entre o público, o mórbido fascínio exercido pelo gênero “literatura da adicção”. Embora decadentes, livros autobiográficos, como Memórias Alcoólicas de John Barleycorn, de Jack London, e Junkie, de William S. Burroughs, são obras-primas estupefacientes. Isto é válido para o best seller Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada, Prostituída..., lançado originalmente em 1978, que agora chega à 51ª edição. Vera Christiane Felscherinow comprou seu bilhete para o vício pagando apenas pelas drogas “triviais” – haxixe e LSD entre elas –, mas desembarcou na irreversível coqueluche europeia: a heroína ou, simplesmente, “H”. Seu debute foi após ver um show de David Bowie, que lançava na época o álbum Station to Station. Eu, Christiane F. é baseado em depoimentos dados pela adolescente alemã a Kai Hermann e Horst Rieck, repórteres da revista Stern. Nessa nova tiragem, a capa é estampada, pela primeira vez, com uma foto da “lolita junkie”. Para saciar a “fissura” dos curiosos, o volume traz retratos dos parceiros de pico de Christiane, incluindo até um ex-namorado. O testemunho ainda choca, porém, perto da atual tragédia brasileira, refém da nefasta dobradinha crack/oxi, está mais para a fábula de “Cinderela do submundo”.
CRISTIANO BASTOS