Gênesis, de Robert Crumb - Divulgação

Gênesis

Redação Publicado em 10/12/2009, às 10h58 - Atualizado às 10h58

Robert Crumb

Conrad

Empreitada bíblica do festejado Crumb tem resultados apenas medianos

Robert Crumb é uma espécie de Quentin Tarantino dos quadrinhos. Não no estilo, mas na adoração intelectual. Ambos construíram as carreiras com obras revolucionárias que forjaram seu nome e sua credibilidade a ponto de serem praticamente invulneráveis a críticas, não importando o estilo do projeto. É o caso de Gênesis, adaptação fidelíssima do livro bíblico. Conhecido por seus trabalhos subversivos e sexuais que praticamente criaram a cena underground das HQs americanas, o desenhista e roteirista decidiu se dedicar por quatro anos para recriar os primeiros tomos do Velho Testamento sem interpretações metafóricas sacanas ou polêmicas. Obviamente, seus traços estão tão detalhados e maduros que fica difícil não se deslumbrar com um álbum tão bem acabado graficamente. Mas o texto, repetitivo e cansativo, não acompanha os desenhos, que são algumas vezes chocantes, verdade, mas não a ponto de garantir um lugar no inferno para Crumb. Inesperado, sim. Uma pena, porém. Seria mais interessante perder a alma para o tinhoso e ter uma obra-prima nas mãos.

Por Rodrigo Salem

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