Redação Publicado em 07/06/2011, às 11h42 - Atualizado às 11h42
Sacha Sperling
Companhia das Letras
Turbilhão típico da adolescência é visto pelo olhar blasé de autor revelação
Sacha é um rebelde sem causa de 14 para 15 anos, tão desanimado com tudo que é difícil simpatizar com ele. O personagem tem o mesmo nome do autor, que é recém-chegado não só à maioridade como ao estrelato literário, hype garantido pela dúvida: seria ficção? Realidade? As duas? A instabilidade de uma paixão gay inspira a melancolia do protagonista e move a trama, junto de bebedeiras e drogas que o complicam na escola e vão terminar em bullying. Por coincidência, um certo estilo em que pensamentos fluem sem freios, similar ao de um diário (ou de vários tuítes e mensagens de SMS), percorre passagens do livro. Citações pop que pipocam vez ou outra reforçam a inércia de Sacha, assim como o cenário de cartões-postais, cafés, baladas e pegações em apartamentos de Paris, com direito a rotineiras viagens de férias ao norte da África – a porção de multiculturalismo que a burguesia francesa parece disposta a suportar.
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