Redação Publicado em 04/02/2010, às 11h27 - Atualizado às 11h28
Daniel Sinker
Edições Ideal
O punk norte-americano é analisado em coletânea de entrevistas
Em 1994, ano em que o revival punk tornava bandas como Bad Religion e Green Day prioridade de grandes gravadoras, o fanzine Punk Planet foi criado. A ideia inicial de Daniel Sinker, seu mentor, era dar espaço a boas bandas que a partir de então caíam numa zona cega. Não eram enxergadas pelo mainstream nem vistas com bons olhos pelo Maximum Rocknroll, fanzine considerado até hoje a bíblia do punk (para muitos, o alcorão, pela sua visão editorial quase xiita). Como seu rival, o Punk Planet se ateve à cena independente, mas abriu o espectro, mostrando o trabalho de novas bandas, mas também tratando da cultura punk. O fanzine teve 80 edições e findou em 2007. Entre as mais de 300 matérias publicadas no Punk Planet, Sinker escolheu as mais simbólicas para formar Não Devemos Nada a Você, uma coletêna de entrevistas lançada em 2001 e ampliada em 2007. Além de ótimas conversas com quem ajudou a moldar o punk norte-americano – Jello Biafra, Greg Ginn e Ian MacKaye entre eles –, Não Devemos Nada a Você traz entrevistas com artistas visuais como Jem Cohen, que fez o documentário Instrument, sobre o Fugazi, e Art Chantry, que criou a linguagem gráfica do grunge. Traça ainda as conexões ideológicas do punk em entrevistas com o linguista e filósofo Noam Choamsky e a Ruckus Society, organização que ensina táticas de desobediência civil. E ainda discorre sobre o queercore com Matt Wobensmith (fundador do Outpunk, antigo fanzine e selo exclusivamente dedicado ao queer punk) e o mercado fonográfico com Derek Hogue, do anárquico selo G7 Welcoming Committee. É leitura indispensável para quem quer ver além de coturnos, tachas e moicanos.
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