David Carr
André Rodrigues Publicado em 11/01/2013, às 17h12 - Atualizado às 17h15
Ex-viciado faz impactante reportagem sobre sua história com as drogas
David Carr, hoje um respeitado jornalista do The New York Times, precisava saber se um dia apontou a arma para um amigo, se roubou de sua mulher os bebês gêmeos que tinham acabado de ter, se esmurrou uma ex-companheira, se era mesmo aquele cara eternamente chapado. A única maneira de ser honesto consigo foi escrever essa autobiografia. Porém, em vez de confiar na memória, ele usou o jornalismo – “não para a verdade, mas para menos mentiras” – e fez 60 entrevistas com pessoas ligadas à sua trajetória pessoal. Ele quis cruzar os dados (há fotos e registros reproduzidos no livro) e ouvir as versões, pois sabia que durante boa parte de sua vida ele estava doido demais para prestar atenção à própria história. A primeira parte relata a tenebrosa viagem de Carr pelos vícios em cocaína, crack e álcool. Há dor suficiente ali para encher um lago. Após alguns desastres no biênio 1987-88, ele passa por um tratamento intensivo e se recupera. Vem a segunda parte, em que o autor volta a florescer, adquirindo respeito na profissão e buscando certa redenção familiar – mas o perigo logo volta, seja com um câncer, seja com reluzentes garrafas de bebida. As frases de Carr vão se unindo umas nas outras com tremenda eficácia, como se acompanhássemos potentes e inevitáveis ligações químicas. Além de picotar sua prosa com os desafios que encontrou ao escrever estas memórias, ele nos leva para diversas perguntas e dúvidas sobre a nossa própria existência. Uma obra impressionante.
Fonte: Record
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