Redação Publicado em 10/11/2010, às 13h26 - Atualizado em 12/11/2010, às 02h07
J.P. Cuenca
Companhia das Letras
Tóquio vira palco para esquisitices de poeta veterano e mafioso
O embate entre filho apaixonado pela gaijin (estrangeira) e pai opressor, poeta consagrado e recluso, move a nova obra do autor carioca. A escala no continente asiático, completa a coleção temática Amores Expressos. A história toma contornos de realismo fantástico com as peculiaridades extremas do velho literato. Não à toa, ele é chamado de Sr. Lagosta pelo filho (lembra nome de vilão gigante em seriado super sentai – homenageados no livro, inclusive). E, se é fácil o apelo desse Japão estereotipado pelo olhar gringo, a saída de Cuenca parece ser canalizar no ancião pelo menos duas das paranoias urbanas atuais: vigilância e sexualidade reprimida. É pelas lentes do big brother que vasculha cada centímetro de Tóquio – público ou privado, controlado pelo Sr. Lagosta de seu “submarino”, que ele descobre a relação do filho com a ocidental. Já a boneca para favores sexuais, feita sob encomenda do poeta, ganha consciência com o andar da trama e torna-se uma dentre as vozes do livro, de narrativa truncada e capítulos curtos, ao estilo de Cuenca.
Por Julio Ibelli
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