Redação Publicado em 11/10/2007, às 17h23 - Atualizado em 12/10/2007, às 14h42
Vampiro fantasma quase não dá medo
Há mais ou menos cinco anos, a internet deu uma sacudida com um "e-zine" chamado CardosOnline que, em duas edições semanais enviadas exclusivamente por e-mail, misturava ficção, mentiras, verdades, música, egotrip e excelentes textos. Com isso, lançou escritores do calibre de Clarah Averbuck e Daniel Galera, isso falando apenas nos publicados, e mostrou uma literatura com muito texto em primeira pessoa (o ego corria solto), muitas referências pop, sexo, cerveja e cinta-liga. O que isso tem a ver com o livro de Leonardo Felipe? Tudo. E nada. Ele não fazia parte do staff fixo do COL, mas deve ter bebido naquela fonte. Os textos de O Vampiro têm o mesmo deboche adolescente, também abusam da linguagem coloquial e dão preferência a corações partidos e pisados por algum salto 15. Há bonitezas como "sem nem um mordomo fiel para dirigir meu gran finale rumo ao fracasso" e páginas em branco para que o leitor possa escrever os nomes das mulheres que já comeu e as que não comeu. O vampiro fantasma vai e vem pelas páginas e aparece no fim do livro, que tem bons contos, mas, na verdade, não mostra nada de novo no front. Acaba ficando aquela sensação de "eu já li isso em algum lugar".
Por Criatiane Lisbôa
Artes
Leonardo Felipe
01
11
2006
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