Halina Grynberg
ANTÔNIO DO AMARAL ROCHA Publicado em 14/10/2011, às 11h10 - Atualizado às 11h18
Série de entrevistas revela personalidade do falecido músico e compositor
Em edição bilíngue, este livro, ilustrado e acompanhado de um CD, fala de devoções. De um lado, a autora psicanalista Halina Grynberg e sua dedicação à obra e à memória do marido Paulo Moura. E de outro, o próprio Moura e sua veneração à música instrumental. A série de entrevistas mostra as ideias e preocupações estéticas do grande músico e suas manias, como a de colecionar chapéus. Revelações da estrutura familiar que o moldaram, a relação com o pai, seu primeiro professor, as relações com os irmãos, tudo isso acaba por desvendar quem foi Paulo Moura e como se envolveu com a música, aliás, algo que parecia obrigatório na família, já que todos tocavam. Mas Moura descobriu muito cedo que a música poderia ser algo mais do que participar de uma orques tra de baile no interior de São Paulo (São José do Rio Preto, onde nasceu); e a vinda ao Rio de Janeiro com a família, a vivência em meio aos músicos de orquestra e a participação ao vivo em programas de TV na década de 50 acabaram por formar o clarinetista mais completo da música brasileira. Difícil deve ter sido para a autora editar as entrevistas e se envolver novamente com a fala e com a história do marido. Esse clima de ele vada emoção está presente nas 110 pá ginas do livro, belamente editado em capa dura, que se encerra com esta declaração: “Eis-me agora sem ele. Paulo se foi em 12 de julho de 2010. Abraço sua ausência.”
Fonte: Casa da Palavra
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