Tanto Faz & Abacaxi

Redação

Publicado em 06/05/2011, às 15h59 - Atualizado às 15h59
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- Divulgação

Reinaldo Moraes

Companhia das Letras/Má Companhia

Odisseia de anti-herói marginal inaugura selo de autores “malditos

Reeditados agora em volume único, os dois primeiros livros do autor paulistano revelam a gênese do tom escatológico que o tornou cult com Pornopopéia. Em Tanto Faz, Moraes se confunde com o recém-trintão em andanças literário-existenciais na boemia de Paris, costuradas pelo apetite sexual insaciável pelas “beibes” das redondezas do Sena – um tratado sobre o macho alfa real (não o “coxinha” politicamente correto de capa de revista). É tambem uma resposta qualificada e oportuna às listas de mais vendidos, infestadas de autoajuda neofeminista 2.0, com uma matilha de homens babões à mercê de mulheres “poderosas”. A distância da terra natal ainda provoca um olhar reflexivo sobre o ponto de virada nos anos 80, das tomadas de posição na ditadura – resistente apesar de já mal das pernas, até chegar à indiferença da classe média em formação e a certa perda no signi ficado recreativo das drogas, que jus tificam o brilho menor de Abacaxi, uma bad trip de volta ao Brasil com escala em Nova York.

JULIO IBELLI

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