Redação Publicado em 07/12/2010, às 15h12 - Atualizado em 08/12/2010, às 17h35
Cristovão Tezza
Record
Três garrafas de vinho e duas vidas passadas a limpo em belo romance
Depois de o Filho eterno (2007), que conquistou os mais importantes prêmios literários do ano e consolidou seu nome no cenário da literatura brasileira, Cristovão Tezza traz o romance Um Erro Emocional, narrativa confessional, cujo personagem é um escritor em crise de criação, que se socorre da sua melhor leitora, Beatriz, para tentar dar uma arrumação em um manuscrito empacado. O erro emocional do título é a paixão que Paulo Tonetti, o autor do romance dentro do romance, confessa à leitora no dia seguinte a um encontro fortuito num bar, quando seduziu-a e botou o outro pretendente, seu ex-amigo Cássio, para escanteio. A segunda grande noite, que é também o tempo em que se passa a narrativa, já no apartamento de Beatriz, é uma coleção de ditos e não ditos. Os personagens poucos se falam, o que sabemos deles é o que pensam deles próprios, num jogo em que Beatriz, o narrador e Paulo Tonetti se confundem e se imbricam. O manuscrito é só um subterfúgio, Paulo quer é levar Beatriz para a cama e ela entra no jogo, mas não abre a guarda e durante o jantar, entre goles de vinho, chá e café, a densa narrativa trata mais do que queriam dizer um ao outro do que realmente dizem. Ambos tentam diversas vezes voltar à leitura do manuscrito, mas uma certa timidez atormentada permeia as frases entrecortadas. Seria aquela declaração inicial verdadeira? Talvez só o narrador que se mete constantemente no pensamento de Beatriz e Paulo tenha a resposta.
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