Redação
Publicado em 07/12/2010, às 15h41 - Atualizado em 08/12/2010, às 17h35Keith Richards e James Fox
Editora Globo
Guitarrista do Rolling Stones ainda consegue se lembrar das coisas
Keith Richards pode ter idade para ser seu avô, mas a imagem que acalenta ainda é a do roqueiro fora da lei, um malucão “elegantemente gasto”. O guitarrista dos Rolling Stones recebeu US$ 7 milhões para contar tudo sobre sua vida e o resultado não ficou ruim. Não, Keith Richards não esconde nada aqui. O músico não tem vergonha de contar que levou um vida decadente e tomou todas as drogas possíveis e está aí para contar tudo com a maior naturalidade do mundo. Histórias de chapação ocupam boa parte do livro. Keith Richards é um sobrevivente, sim. Quem tentou acompanhar a vida louca do cara caiu pelas tabelas – os falecidos Jimmy Miller e Gram Parsons que o digam. Tudo isso já foi contado várias vezes em livros mais escandalosos, mas é curioso ouvir do próprio Richards. Keith também é adepto do “morde e assopra”, especialmente quando fala de Mick Jagger. Num instante ele chama o cantor de controlador e afetado. Depois, enfatiza que ele e os Stones não seriam o que são se não fosse a presença firme e a visão de homem de negócios de seu parceiro. Ao final da leitura de Vida, a percepção que fica é que Keith Richards se entusiasma mesmo quando fala de suas guitarras Gibson, de seus velhos heróis do blues e de sua amada afinação aberta em sol.
PAULO CAVALCANTI