Ano não trouxe grande revolução para o estilo, mas ofereceu bons trabalhos de bandas grandes que se consolidaram ou emergentes notórios
Igor Miranda (@igormirandasite)
Publicado em 07/01/2025, às 19h091975 não foi, exatamente, um ano de transição para o rock — que nos anos seguintes perderia força com o fenômeno da discoteca. Ainda assim, grandes nomes de tempos anteriores se consolidaram enquanto alguns emergentes se destacaram.
Logo nas primeiras semanas, em 20 de janeiro, Bob Dylan disponibilizou o álbum Blood on the Tracks, que aborda muitos dos problemas pessoais que o músico enfrentava na época. Não se tornou um clássico instantâneo — longe disso, pois recebeu muitas críticas na época —, mas ganhou um status cult com o passar do tempo e agora é visto como um dos melhores trabalhos do artista.
O Led Zeppelin deu mais um passo em sua evolução sonora com Physical Graffitti, álbum que tem como destaque a clássica “Kashmir”. No mesmo ano, o vocalista Robert Plant sofreu um grave acidente de carro junto de sua esposa, Maureen.
Após roer o osso nos dois anos anteriores, o Kiss começou a pavimentar sua trajetória para a fama em 1975. Dressed to Kill, terceiro álbum de estúdio, trouxe o hit “Rock and Roll All Nite” — mas que só estouraria em sua versão do disco ao vivo Alive! (1975). A lista, vale destacar, não terá trabalhos ao vivo.
O Fleetwood Mac começou a desenhar seu novo modelo de som com o álbum homônimo (também chamado de White Album), o primeiro com a cantora Stevie Nicks e o guitarrista/vocalista Lindsey Buckingham. Por sua vez, o Black Sabbath lançou aquele que é considerado seu último trabalho clássico com a formação original, Sabotage, enquanto o Rainbow, nova banda do guitarrista recém-saído do Deep Purple Ritchie Blackmore, estreava — e apresentava ao mundo Ronnie James Dio, dono de uma das vozes mais poderosas da história do metal e, veja só, futuro membro do Sabbath.
Bruce Springsteen disponibilizou Born to Run, seu primeiro álbum a fazer sucesso de verdade, enquanto o Pink Floyd pôs fim à espera por um sucessor de The Dark Side of the Moon (1973) com Wish You Were Here, citado por David Gilmour como o melhor trabalho do grupo. Em novembro, o Queen também lançou aquele que é tido por muitos como o seu auge: A Night at the Opera, responsável por introduzir nada menos que “Bohemian Rhapsody”.
O Brasil ainda sentia os efeitos da ditadura militar, o que inegavelmente freava o desenvolvimento do rock — e de tantas outras manifestações culturais — no país. Mesmo assim, nasceram em 1975 clássicos como Fruto Proibido, de Rita Lee, e Novo Aeon, de Raul Seixas. Também foi o ano em que o público teve acesso aos primeiros trabalhos dos dissidentes do efêmero Secos & Molhados: Água do Céu – Pássaro, de Ney Matogrosso, e o trabalho homônimo de João Ricardo, também conhecido como Álbum Rosa.
No âmbito experimental, Lula Côrtes e Zé Ramalho criaram juntos Paêbirú, aclamado como um dos melhores discos daquela época — também pela mística que envolvia suas cópias em vinil, quase todas destruídas em uma enchente, transformando sua prensagem original em um dos álbuns mais raros e caros do planeta. Já do lado mais pesado, ainda que não houvesse um representante nacional do heavy metal até aquele momento, nomes como O Terço (com Criaturas da Noite), Casa das Máquinas (com Lar de Maravilhas) e O Peso (com Em Busca do Tempo Perdido) flertavam com elementos do gênero.
Confira, a seguir, 30 álbuns de destaque no rock lançados em 1975 — ou seja, completando 50 anos em 2025 —, listados em ordem alfabética. Como enfatizado anteriormente, discos ao vivo não foram considerados.
+++ LEIA MAIS: O grande diferencial do rock de antigamente, segundo Jimmy Page
+++ LEIA MAIS: O surpreendente melhor álbum do Pink Floyd para Geddy Lee
+++ Clique aqui para seguir a Rolling Stone Brasil @rollingstonebrasil no Instagram
+++ Clique aqui para seguir o jornalista Igor Miranda @igormirandasite no Instagram