Banda nem precisou anunciar tantos compromissos para atingir tal marca: 13 apresentações foram confirmadas, a maior parte na América do Sul
Igor Miranda (@igormirandasite) Publicado em 16/12/2024, às 19h36
Como noticiado, o System of a Down anunciou uma turnê pela América do Sul para 2025 — a primeira visita ao continente em uma década. Serão sete apresentações, três delas no Brasil e as demais na Colômbia, Peru, Chile e Argentina. Confira a agenda completa ao fim desta página e mais detalhes clicando aqui.
Meses depois, em agosto e setembro, o quarteto armênio-americano ainda realizará seis shows na América do Norte. Nova Jersey, Chicago e Toronto recebem o grupo, sempre com um convidado especial: Korn, Avenged Sevenfold e Deftones, respectivamente.
Não se sabe se o SOAD confirmará mais apresentações. Mesmo assim, já é possível cravar: trata-se de seu ano mais movimentado em termos de shows desde 2017. Isso porque os tempos recentes têm sido de poucos compromissos coletivos por parte de Serj Tankian (voz), Daron Malakian (guitarra), Shavo Odadjian (baixo) e John Dolmayan (bateria).
Separadamente, os músicos trabalham bastante. Tankian lançou músicas solo e até mesmo uma autobiografia, Down with the System. Malakian está pegando mais leve, mas se apresenta esporadicamente com o Scars on Broadway. Odadjian montou até uma banda nova, o Seven Hours After Violet, que se apresentou no Brasil em outubro. Dolmayan ocasionalmente colabora com Serj e desenvolve iniciativas fora da música, especialmente no segmento dos quadrinhos.
O problema é quando eles se juntam — ou melhor, não se juntam. O System of a Down encerrou atividades em 2006, reuniu-se em 2010, mas desde então não voltou a ser uma banda de turnês. Em seu ano mais ativo desde a reunião, 2011, realizou somente 27 shows.
Veja abaixo o número de apresentações do SOAD desde a retomada:
Criativamente, o grupo também está devagar, quase parando. Desde o rompimento, lançou apenas duas músicas: “Protect the Land” e “Genocidal Humanoidz”, ambas em 2020, numa iniciativa beneficente para apoiar a região de Nagorno-Karabakh, afetada pelo conflito entre Armênia e Azerbaijão.
Em sua já citada autobiografia, Serj Tankian disse que, em meados de 2017, recomendou que o System of a Down seguisse com outro vocalista. Ele, que não queria mais realizar turnês, não queria ser um entrave para a banda — que se negou a trazer outro para seu lugar.
Em entrevista ao Bullseye with Jesse Thorn, Tankian explicou o raciocínio ao colocar seu cargo à disposição:
“Acho que o System of a Down deveria ser sempre nós quatro. Mas independentemente do que eu sentisse, porque eu era o único que estava no caminho deles. Queria dar a eles uma opção. Então, é por isso que eu fiz isso.”
O cantor destacou que seus colegas preferiram não adotar essa solução. Então, o grupo realiza turnês conforme o desejo de Serj.
“Na época, eles falaram tipo: ‘não, cara, tudo bem, se alguma oportunidade surgir, nós te avisaremos, mas não vamos pressionar’.”
Todavia, nem sempre foi assim. Tankian disse que a situação anterior era de pressão interna. O vocalista explica:
“Antes disso, eles ficavam falando: ‘vamos lá, temos que fazer essa turnê, vamos lá’. Havia muita pressão para fazer turnês, para tocar e essas coisas. E eu simplesmente não queria mais essa pressão. Então eles prometeram que não fariam isso. E isso meio que mudou um pouco as coisas, pelo menos naquela época.”
Curiosamente, na opinião de Serj Tankian, a atual escassez de shows até fez aumentar o valor da banda. Em entrevista ao Loudwire Nights (via site Igor Miranda), ele comentou:
“Olha, há bandas que fazem turnê o ano todo, lançam um disco a cada ano ou dois anos, e o impacto delas na música, muitas delas, não foi tão forte quanto o do System of a Down. Você não precisa fazer um milhão de coisas para ter um impacto na vida das pessoas ou na música em si. Basta fazer uma coisa certa.”
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