4 vinis nacionais para ter já: Gil, Rita Lee, Cássia Eller e mais

Gil e Rita Lee, Cássia Eller e Victor Biglione, João do Vale e Milena e Rogê: o último mês foi repleto de bons anúncios para quem curte música brasileira em vinil.

Na seleção de LPs nacionais da Rolling Stone Brasil em setembro, reunimos três títulos que partem de grandes encontros da música nacional. Refestança, original de Rita e Gil distribuído em 1974, é relançado com exclusividade pelo selo Clube do Vinil, da Universal Music. Também pela Universal Music sai o encontro lendário Cássia Eller e Victor Biglione In Blues, 31 anos após a gravação original pela PolyVox.

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Destaque da lista é o show de João do Vale e Milena, resgatado do acervo da cantora e relançado pela Companhia de Discos do Brasil.

De fora, pero no mucho, quem completa a lista é Rogê, o carioca radicado em Los Angeles, que lança seu inédito Curyman pela Diamond West Records - álbum bom, que valeria só pela música, mas encanta pela edição em vinil transparente-cristal.

Aos detalhes!

Gilberto Gil e Rita Lee - Refestança

Gilberto Gil já havia lançado Refazenda, em 1975, e Refavela, no início de 1977. Meses depois, naquele mesmo ano, o cantor se uniria à comadre Rita Lee para seguir turnê com o show Refestança. A união de força dos dois gigantes brasileiros viraria um álbum para lá de clássico, que agora é relançado em celebração ao primeiro aniversário do Clube do Vinil, da Universal Music.

Contemplando parte do repertório da dupla, em faixas como "Jiló", "Ovelha Negra", "Back in Bahia" e "Domingo no Parque", além de versões para Caetano Veloso, Erasmo e Roberto Carlos e até de Lennon e McCartney, o disco sai em vinil especial amarelo.

O Clube do Vinil é um projeto com curadoria do pesquisador, produtor - e baterista dos Titãs - Charles Gavin, com textos especiais de encarte assinados por Tárik de Souza. Pelo projeto, já saíram álbuns como Nervos de Aço (1973), de Paulinho da Viola; Álibi (1978), de Maria Bethânia; Sinal Fechado (1974), de Chico Buarque; A Banda dos Contentes (1976), de Erasmo Carlos e mais.

Rogê - Curyman

Carioca radicado em Los Angeles, Rogê surpreendeu, no início de 2023, com o lançamento do álbum Curyman. Produzido por Thomas Brenneck (Menahan Street Band, Amy Winehouse) e com arranjos de Arthur Verocai gravados no Brasil, o disco, cantado todo em português, vem sendo celebrado como um representando da nova música brasileira para o mundo.

De fato, o álbum, que agora ganha versão lindíssima em vinil transparente pela Diamond West Records, vem sendo definido na imprensa especializada como "uma exuberante criação de aquecer o coração" (The Guardian) ou como um "cinema auditivo, que carrega em si uma vibe e também um retrato comovente" (GRAMMY.com).

Cássia Eller e Victor Biglione In Blues

Uma pérola, diretamente do acervo da Polygram: assim é o álbum Cássia Elles & Victor Biglione In Blues. Lançado em 2022, o material é o resultado aguardado do encontro dos dois artistas há mais de 30 anos, em 1992.

O encontro se deu quando Biglione, já consagrado, saiu em busca de uma parceria para recriar e explorar a linguagem de alguns clássicos do blues - o que foi encontrar justamente na então inciante Cássia Eller, que, àquela altura, acabara de lançar seu primeiro álbum, Cássia.

O projeto fez sucesso e acabou virando um show disputado, que ganharia status de culto após as gravações serem arquivadas pela gravadora. Resgatado no ano passado, ganhou em maio de 2023 o Prêmio da Música Brasileira na categoria Projeto em Língua Estrangeira. Em agosto, a Universal Music o relança em vinil alaranjado translúcido, que consagra e celebra a parceria mais uma vez.

Milena e João do Vale Ao Vivo

Em 2022, a icônica apresentação de Milena & João do Vale Ao Vivo foi resgatada. Mais de 40 anos após a gravação original de 1982, o show clássico, dirigido por Lícia Maria, ganha edição especial de dez faixas em vinil azul translúcido pela Companhia de Discos do Brasil.

A união histórica das duas potências da música brasileira e do nordeste foi encontrada por acado nos pertences da cantora de Juazeiro, que faleceu em 2020. É o único registro restante da parceria, que uniu Maria Madalena Antunes dos Santos a João do Vale, dono de faixas como “Carcará”, “A voz do Povo”, “Peba na Pimenta”, “Minha História”, “Pisa na Fulô”, “Sina de Caboclo” e “Pra mim não”.

Com a redescoberta, o álbum, produzido por Thiago Marques Luiz (que já assinara outros discos de Milena), ganha digitalização da fita original, mixagem e masterização de Anderson Cesarini.