Em uma proposta autêntica e diferente de Melodrama, Lorde lançou o terceiro disco da carreira nesta sexta, 20 de agosto
Isabela Guiduci Publicado em 21/08/2021, às 13h00
Nesta sexta, 20 de agosto, o mundo ficou iluminado com a nova era de Lorde. Como o nome Solar Power ("Energia solar", em tradução livre) sugere, o momento da cantora traz um brilho significativo e um respiro em meio ao caos da realidade mundana. Afastando-se da aura mais complexa de Melodrama, agora, a artista busca celebrar o sol, a natureza e a vida em uma leveza sensível.
Autêntico e diferente do que esperávamos de Lorde, Solar Power não quer reviver uma era do passado ou elementos e musicalidades da discografia os quais deram certo. Pelo contrário. O terceiro disco encontra um novo espaço de criação da cantora — um respiro, celebração, reencontro e reinvenção.
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Em quatro anos desde o lançamento de Melodrama, a artista de 24 anos amadureceu, refugiou-se dos holofotes, afastou-se das redes sociais e reimaginou a própria arte. A partir do novo projeto, mostra que não se importa em entregar hits, mas sim refletir sua nova fase — seja na vida pessoal ou enquanto cantora e compositora.
Ao The Sydney Morning Herald, a artista reforçou que a ideia não foi atender às expectativas do mundo pós-Melodrama: "Sinto-me muito mais firme em quem sou agora que não sinto necessidade de competir com meus colegas. Acho que [com o Melodrama] eu ainda me sentia como, 'Oh, a música tem que chegar a este número neste gráfico, e tem que vender muito disso,' e agora eu fico tipo, 'Está tudo bem. Eu sei que tudo vai ficar bem e as pessoas vão adorar'."
Solar Power não quer trazer um hit, mas festejar o sol, a natureza e a vida: é um trabalho impressionante sobre amadurecimento, amores e particularidades. Ao The New York Times, explicou: "Definitivamente, não há hit [...] E faz sentido que não haja, porque eu nem sei realmente o que é um hit agora."
Assim como era de se esperar, porém, há grandes canções em Solar Power, composto por doze faixas — e duas músicas extras integram a versão deluxe. Apesar de todas apresentarem muitas semelhanças em suas propostas, alguns títulos do projeto se destacam em meio à totalidade.
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Pensando nisso, listamos as cinco melhores músicas de Solar Power, terceiro disco de estúdio de Lorde: Confira:
Um dos singles de Solar Power, "Stoned at the Nail Salon" é uma das músicas mais identitárias do disco — é aquela sensação assustadora do passar do tempo, como argumenta a Billboard, que nunca deixa de ser um reflexo universal sobre o significado de envelhecer: "É hora de se acalmar. Onde quer que isso leve," canta Lorde. A suave, leve e reflexiva faixa traz uma das harmonias mais incríveis do álbum.
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"The Man with the Axe", única música romântica evidente no disco segundo a Billboard, conta com versos bastante trabalhados e que, de fato, sugerem uma paixão sincera e íntima do eu-lírico. "Eu pensei que era um gênio, mas agora tenho 22 anos," reflete Lorde em uma sonoridade dependente das cordas do violão somada a sussurros em momentos mais confessionais.
Composição belíssima, com letras inspiradas no cachorro de Lorde, Pearl, que faleceu, "Big Star" é uma das referências mais sinceras e profundas ao Melodrama com versos como "Eu costumava adorar a festa, agora não estou bem," como destaca a Billboard. Os sussurros e vocais da cantora reforçam a melancolia da canção.
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Certamente uma das composições mais incríveis e bem-construídas de Solar Power, "Secrets From a Girl (Who’s Seen It All)" tem uma musicalidade igualmente sagaz e interessante. Há uma reflexão acerca da divindade da energia feminina, segundo pontua a Billboard, e Lorde aproveita a lírica para aconselhar sobre amadurecimento: "Então você pisca e já se passaram dez anos. Crescendo um pouco de cada vez, então, tudo de uma vez."
"Fallen Fruit" conta com camadas de interpretação, e esse cenário é potencializado pela proposta sonora da faixa — essa qualidade de ambiguidade é trazida nas melhores canções da discografia de Lorde, como relembra a Billboard. No entanto, há uma leveza e segurança na faixa que a caracteriza como um refúgio espetacular e magnífico: "Fallen Fruit" é como uma viagem confortável para um recanto sereno.
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