Olhamos para trás para músicas essenciais do ZZ Top que definiram o grupo, como 'La Grange' e 'Legs'
David Browne, Kory Grow, Brian Hiatt, Joseph Hudak, Angie Martoccio, Simon Vozick-Levinson | Rolling Stone EUA Publicado em 30/07/2021, às 18h20
Antes mesmo de se transformarem em hitmakers da MTV impulsionados por sintetizadores nos anos 1980, ZZ Top nunca foi uma banda de blues-rock comum. Depois que Cream e Jimi Hendrix transformaram o blues elétrico em psicodelia, ZZ Top voltou do chão empoeirado do Texas, mas eles não eram tão diretos quanto pareciam: a seção ritma do baterista Frank Beard e do falecido baixista (e às vezes vocalista) Dusty Hill tocava tão estranhamente difícil que uma música como "Jesus Just Left Chicago" pareceria de outro mundo - e então a rajada interdimensional do solo de guitarra de Billy Gibbons chegava.
"Todos acordamos para a realidade de uma maneira quase telepática de se comunicar," Gibbons disse uma vez durante um ensaio. A lascívia das letras deles sempre vinham com uma piscada, assim como sua transformação da era Reagan: a eletrônica de Eliminator e suas sequências de alguma forma só trouxeram mais da essência inimitável do grupo. Aqui, olhamos para trás, para 5 das faixas que definem a banda.
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Uma batida de guitarra rítmica derivada de John Lee Hooker deliciosamente energizado dirige esta clássica "maravilha de dois minutos" (nas palavras de Billy Gibbons), quem prestou homenagem ao Chicken Ranch, o mesmo bordel de longa data da vida real em La Grange, Texas, que inspirou o livro e filme The Best Little Whorehouse in Texas. "Fui lá quando tinha 13 anos," Dusty Hill disse à Spin em 1986, observando que estava irritado porque o estabelecimento fechou poucos meses depois que a música de ZZ Top foi lançada. "Era um bordel, mas qualquer coisa que dure cem anos, deve haver um motivo." — BH
"Não estou pedindo muito," Dusty Hill uiva neste blues de 12 compassos alegremente imundos, cuja letra ele compôs em menos de 10 minutos enquanto a banda fazia a passagem de som em um rodeio em Florence, Alabama. "Disse, Senhor, leve-me ao centro: estou apenas procurando uma b**da."
Pontos para honestidade e um novo toque estiloso em uma longa tradição de misturar sagrado e profano - isto é, a menos que você acredite na afirmação de Hill em entrevistas de que ele pretendia apenas sugerir algo "luxuoso, muito luxuoso, muito luxuoso" (como em, "That’s a tush car"), bem como em "what it means in New York."
Anos mais tarde, depois de ZZ Top se tornar uma estrela improvável da MTV, Kurt Loder da Rolling Stone EUA fez mais alguma ponderação sobre o tema da "Tush": "Você realmente quer pensar sobre o que essa canção significa? Significa aumentar o volume das guitarras." Em 1975, quando se tornou o primeiro grande sucesso, isso foi mais que suficiente. — SVL
Quem disse que o trabalho enfadonho de fazer turnês não pode ser inspirador? Um dos destaques do Degüello de 1979 (junto com "I'm Bad, I'm Nationwide") foi essa ode aos óculos de baixo custo, os quais chegaram à banda em turnê. De acordo com Hill, as viagens de ZZ Top os levaram a muitas paradas na beira da estrada e, como ele disse à Spin, "todos os postos de gasolina do mundo tinham uma vitrine de papelão com os óculos de sol mais baratos e feios que você pudesse imaginar."
Começando com o riff sinistro e estendendo-se até a linha firme do baixo de Hill, "Cheap Sunglasses" não era apenas um conselho para alguém com uma ressaca. Antes do início da era da MTV, foi um dos primeiros testemunhos do talento do grupo para fazer riffs de blues de roadhouse parecerem revigorantemente modernos. — DB
ZZ Top e o produtor Bill Ham deram um grande e velho abraço de urso do Texas no sintetizador monstro do LP de 1983 do trio, Eliminator. Enquanto as guitarras de Billy Gibbons permaneceram confusas e cruas, um sintetizador dobrou a faixa com baixo de Dusty Hill (ou quase a forneceu, dependendo de quem você perguntar) em "Sharp Dressed Man," infundindo o hino do pavão com um ritmo pulsante.
Com o vídeo da alta moda, a música estava no auge dos anos 1980, mesmo que os próprios membros da banda optassem por usar casacos e fedoras em vez de blazers e lenços. "Vestir roupas elegantes depende de quem você é," disse Hill à Spin em 1986. "Se você está em uma motocicleta, couro realmente legal é ótimo. Se você é um punk rocker, pode ficar descolado dessa forma. Você pode ser descolado ou não em qualquer modo. Está tudo na sua cabeça. Se você se sente descolado, você é descolado." — JH
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O terceiro na trilogia de singles Eliminator do ZZ Top vai até o fim em seu abraço de sintetizadores cintilantes e ganchos amigáveis para o rádio - em comparação com a garra e a energia de "Sharp Dressed Man" e "Gimme All Your Lovin'," poderia quase ser Huey Lewis. Grosso, comercial e totalmente cativante, é a única das três canções que chegou ao Top 10.
Billy F. Gibbons se tornou totalmente literário quando lembrou as origens da música à Spin em 1986: "Estava dirigindo em Los Angeles e havia uma chuva incomum. Havia uma garota muito bonita na beira da estrada. Passei por ela e pensei: 'Bem, é melhor eu encostar' ou pelo menos me virar e oferecer uma carona e, quando voltei, ela já tinha ido embora. *... Ela tinha pernas e sabia como usá-las." Assustador, não é? — SVL
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