Opinião do rapper não condiz com realidade; estudos diversos apontam que população de baixa renda está mais vulnerável à doença
Por Igor Miranda (@igormirandasite) Publicado em 12/01/2023, às 18h18
50 Cent deu uma declaração polêmica em entrevista ao podcast Big Boy’s Neighborhood. Conforme transcrito pelo HipHopDX, o rapper disse que depressão é “um luxo” para pessoas como ele, que têm origem humilde.
Inicialmente, o artista revelou acreditar que os acontecimentos da vida de uma pessoa são responsáveis por determinar quem ela é. A reflexão sobre a questão emocional veio após ele dizer que blinda-se de certas situações.
+++ LEIA MAIS: 50 Cent gastou R$ 122 milhões com advogados ao longo da carreira
“Em minha jornada, há certas coisas que eu nem deixo entrar no meu sistema assim. Tipo, eu acho que a depressão é um luxo. Porque de onde eu venho, você não pode se dar ao luxo de ficar deprimido.”
Curtis James Jackson III, o homem por trás da alcunha 50 Cent, ainda replicou alguns chavões de que pessoas precisam trabalhar para pagar as contas, logo, não podem ter depressão.
“Você tem que pagar as contas, certo? Então você tem que ir trabalhar. Você tem que se levantar, precisa fazer o que tem que fazer. Você tem pessoas agora que estão no trabalho e que não querem estar lá. Mas eles têm responsabilidades, então se sentem desconfortáveis enquanto trabalham, enquanto fazem o que precisam fazer.”
Por fim, replicou uma constatação enganosa a respeito de pessoas depressivas ao dizer que elas “decidem que não vão fazer nada”.
“Quando esses caras entram em crise e simplesmente decidem que não vão fazer nada – eu fico tipo, onde eles fazem isso?”
Integrada à Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) afirma que 300 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão. No Brasil, de acordo com a OMS, há cerca de 11,5 milhões de afetados pela doença - cerca de 6% da população do país.
Informações apresentadas pelo extinto Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, o Ibope (via MED PUC Rio), apontam que as classes C e D são as mais vulneráveis ao problema de saúde. Um estudo feito pela organização constatou sintomas depressivos em 25% das pessoas de tais classes sociais, em face de 15% das classes A ou B.
Outra pesquisa citada pela MED PUC Rio, realizada por cientistas nos Estados Unidos, aponta que quem está em situação de pobreza tem o dobro de chances de ser acometido pela doença. A revista médica inglesa The Lancet (via Exame) constatou o mesmo em território brasileiro: cidadãos pobres e com baixo nível de escolaridade estão mais suscetíveis a doenças de saúde mental e emocional.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo pelo telefone 188, e-mail e chat 24 horas todos os dias. Para mais informações, acesse o site do CVV.
Lenny Kravitz: Frejat se pronuncia sobre show de abertura interrompido: 'Indignado com o desrespeito'
Sean Ono Lennon diz que começou a fazer música para 'preencher o vazio' após morte do pai, John Lennon
Adele encerra turnê em Las Vegas: 'Não sei quando vou fazer show de novo'
Zayn Malik homenageia Liam Payne em primeiro show após morte do cantor: 'Te amo, bro'
Alanis Morissette: “me envergonhava do fato de que ganho vida à noite”
A crítica que Noel Gallagher recebeu do filho sobre tocar guitarra