Ano de 1973 foi histórico para o estilo não apenas por lançamentos de álbuns icônicos, mas pela fundação de grupos lendários
Igor Miranda (@igormirandasite) Publicado em 28/01/2023, às 17h53 - Atualizado em 04/02/2023, às 10h41
O ano de 1973 foi determinante para a música, em especial o rock. Artistas e bandas hoje lendários divulgaram naquele período suas obras-primas, como Pink Floyd (The Dark Side of the Moon), Elton John (Goodbye Yellow Brick Road) e Led Zeppelin (Houses of the Holy), só para citar alguns.
Também foi um ano marcado pelo nascimento de várias bandas do gênero, muitas delas ainda na ativa, mesmo que sem alguns de seus integrantes originais. A lista a seguir, inspirada em levantamento disponibilizado pelo Loudwire, apresenta sete bandas que foram criadas em 1973 - e, consequentemente, completam 50 anos de fundação em 2023.
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Por pouco o lendário grupo de hard rock não entra nessa lista. O AC/DC foi fundado em novembro de 1973 e fez seu primeiro show no último dia daquele ano. Os irmãos guitarristas Angus e Malcolm Young tiveram a ideia do projeto e chamaram Dave Evans para o vocal, Larry Van Kriedt para o baixo e Colin Burgess para a bateria.
A primeira formação mais estável do grupo manteve apenas os irmãos Young. Em 1977, eles já estavam acompanhados de Bon Scott (voz / desde 1974), Cliff Williams (baixo / desde 1977) e Phil Rudd (bateria / desde 1975). Isso, claro, não os impediu de gravar uma série de álbuns até fecharem com tal lineup, mas clássicos como Powerage (1978) e Highway to Hell (1979) nasceram com Angus, Malcolm, Bon, Phil e Cliff.
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Poucas mudanças de formação se deram a partir daí. A mais notória ocorreu em 1980, com a morte de Scott e a entrada de Brian Johnson em seu lugar. Angus, Phil (apesar das idas e vindas) e Cliff seguem juntos de Brian até hoje - Malcolm foi substituído por questões de saúde em 2014, pelo sobrinho, Stevie, e faleceu em 2017.
O Kiss, por pouco, também fica fora dessa lista. Mas por outra razão: eles consolidaram a formação nos primeiros dias de 1973, então, quase ficariam em um artigo sobre 1972.
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As raízes do grupo remetem a outro projeto, o Wicked Lester, que reuniu Paul Stanley (voz e guitarra) e Gene Simmons (voz e baixo) a uma série de outros músicos. Com o fim desta, outra banda foi criada apenas por Stanley e Simmons. Outros dois músicos vieram a partir de anúncios de jornal: o baterista Peter Criss e o guitarrista Ace Frehley, este último realizando seu teste efetivo em janeiro de 1973.
O primeiro álbum da banda, homônimo, saiu apenas em 1974. O sucesso chegou mais ao fim de 1975, com o disco ao vivo Alive!. Criss saiu em 1980 e Frehley, em 1982. Ambos retornaram em 1996, mas saíram novamente no início do século 21. Ainda assim, o grupo nunca cessou atividades: Stanley e Simmons foram adiante com substitutos. Hoje com Tommy Thayer na guitarra e Eric Singer na bateria, o quarteto está em turnê de despedida.
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Em sua essência, o Journey seria um supergrupo, pois reunia músicos de outros projetos consolidados: Santana, Steve Miller Band e Frumious Bandersnatch. A liderança vinha de dois egressos do primeiro citado, Neal Schon (guitarra) e Gregg Rollie (teclados e vocais). Porém, só deslancharam em 1977, quando Rollie ficou mais focado nos teclados e um novo vocalista, Steve Perry, trouxe o brilho necessário.
Na década de 1980, já com Jonathan Cain no lugar de Gregg, estouraram de vez e lançaram músicas como a atemporal “Don’t Stop Believin’”. Romperam em 1987, voltaram em 1995 e permaneceram na ativa desde então, mas Perry saiu em 1998.
Pode haver certa controvérsia com a presença do Kansas nessa lista, pois diferentes encarnações da banda existiram desde o fim da década de 1960 - inclusive com o nome que consagrou os envolvidos. Contudo, eles mudaram de alcunha algumas vezes. Somente em 1973 decidiram permanecer como Kansas e estabilizaram sua formação clássica.
Levou algum tempo, mas estouraram de vez em 1976, com o álbum Leftoverture. É dele que vem o hit “Carry On Wayward Son”. O disco seguinte, Point of Know Return (1977), traz o sucesso “Dust in the Wind”.
Muitos fãs de Quiet Riot sequer fazem ideia de que a banda existia desde 1973. Até porque seus integrantes mais icônicos não faziam parte no início. O projeto foi fundado pelo guitarrista Randy Rhoads, muito mais famoso pelo trabalho meteórico com Ozzy Osbourne, e o baixista Kelly Garni.
O vocalista Kevin DuBrow, que se tornaria o rosto do grupo em seu auge, chegou em 1975, junto do baterista Drew Forsyth. Os caras até gravaram dois álbuns (e o baixista chegou em 1978), mas os trabalhos só saíram no Japão e não emplacaram. O projeto chegou ao fim em 1980, mas retornou com outra formação em 1982, trazendo DuBrow, Sarzo, o guitarrista Carlos Cavazo e o baterista Frankie Banali.
Eles só foram ficar conhecidos em 1983, com Metal Health, o primeiro álbum de heavy metal a chegar ao topo das paradas americanas. O auge não foi duradouro, já que os discos seguintes não fizeram sucesso, mas foi o suficiente para construir uma base de fãs bem sólida - tanto que o grupo segue até hoje apenas com Sarzo, já que DuBrow e Banali faleceram e Cavazo não quer saber de voltar.
Outro supergrupo, mas este manteve a alcunha até o fim. O Bad Company surgiu das cinzas de bandas como Free, Mott the Hoople e King Crimson. Eram empresariados por ninguém menos que Peter Grant, o lendário e irascível gerente do Led Zeppelin.
Com o envolvimento de músicos já conhecidos, a exemplo do vocalista Paul Rodgers e do guitarrista Mick Ralphs, não demorou até conquistarem sucesso. Desde o primeiro disco, homônimo, são conhecidos. As formações variaram - o baterista Simon Kirke é o único a participar de todas as atividades -, mas o grupo só esteve em hiato durante os anos de 1982 e 1986.
Não dá para dizer que o Bachman-Turner Overdrive era um supergrupo, mas um dos membros, o vocalista e guitarrista Randy Bachman, era famoso pelo trabalho com o The Guess Who. Junto de dois irmãos de Randy (o baterista Robbie Bachman e o guitarrista Tim Bachman) e do baixista Fred Turner, formou um dos grupos mais famosos do rock canadense.
Como alguns dos nomes citados, o BTO também oscilou em continuidade. Esteve em hiato entre 1980 e 1983; depois, a partir de 2005. Voltou em 2009 como uma iniciativa quase solo de Randy e Fred, já chamada Bachman & Turner.
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