Para comemorar o Dia Mundial do Rock nesta quarta, 13 de julho, confira as curiosidades de álbuns que transformaram a história do rock brasileiro
Emanuela Lemes (sob supervisão de Eduardo do Valle) Publicado em 13/07/2022, às 17h30
Um dos estilos musicais mais famosos e queridos pelo público, o rock n' roll nasceu nos Estados Unidos no final dos anos 1940 e início dos anos 1950. Logo, tornou-se parte da cultura popular e se tornou um estilo de vida, não se limitando apenas às músicas, mas influenciando a moda, os hábitos e os desejos de gerações.
Nesta terça, 13 de julho, é comemorado o Dia Mundial do Rock and Roll. Pensando nisso, a Rolling Stone Brasil listou oito álbuns nacionais que amamos e suas curiosidades. A lista contém nomes de peso como Legião Urbana, Os Mutantes e mais. Confira:
+++ LEIA MAIS: 5 filmes e séries para assistir na HBO Max no Dia Mundial do Rock [LISTA]
Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias formaram uma das bandas mais originais da história da música. São, de fato, a primeira grande banda da história do rock brasileiro e os responsáveis por exibirem uma das maiores compositoras do país.
Não é o melhor disco da banda, mas é um marco na história do rock nacional. Mesclando psicodelismo, MPB, rock progressivo, letras ácidas com críticas ao conservadorismo brasileiro (principalmente contra a família brasileira) e harmonias alucinógenas, não é surpresa de se observar que poucas bandas são tão incomuns quanto Os Mutantes.
+++ LEIA MAIS: Fullgás: após 38 anos, manifesto de Marina continua atual como nunca
Desde seu primeiro álbum, Raulzito e Os Panteras (1968), até seu último ato musical ao lado de Marcelo Nova, A Panela do Diabo (1989), Raul Seixas é memorável e histórico para o rock do Brasil. Sua simplicidade e objetividade de expressar sentimentalismo em um gênero carregado é uma brilhante e angustiante estética musical.
Em Krig-Ha, Bandolo!, que significa "o inimigo vem ai" na língua de Tarzan, Raul traz suas origens e explora ainda mais o sensível do brasileiro. Com canções escritas na parede do quarto na adolescência ('Metamorfose Ambulante'), samples de si mesmo cantando aos 9 anos e arranjos inspirados em clássicos com Henry Mancini, Raul não tem vergonha de sentir em uma época onde a emoção é totalmente proibida.
Ainda sobre as curiosidades do álbum, Raul chegou a gravar uma versão em espanhol, visando o mercado latino-americano, mas não gostou de sua performance nas canções e desistiu do lançamento. Posteriomente, as faixas forma divulgadas para o público.
+++LEIA MAIS: 30 anos sem Raul Seixas: quais foram as 10 músicas mais buscadas do Maluco Beleza?
Protagonista de primeira hora da onda roqueira que tomou conta do Rio de Janeiro à época da fundação do Circo Voador, o Barão Vermelho presenciava todos os seus contemporâneos atingindo o estrelato à medida que emplacavam hits, apareciam em programas de televisão e vendiam muitos discos.
No entanto, o fato de o vocalista Cazuza ser filho de João Araújo, justamente o presidente da gravadora que lançava os discos de sua banda, criou uma saia justa que, mesmo após dois álbuns lançados, impedia a banda de decolar.
Mas lentamente o destino sorriu para o Barão Vermelho. Após uma regravação de Ney Matogrosso, Cazuza tornava-se cada vez mais confiante nos palcos, e seu grupo recebia inúmeros convites para participações em trilhas sonoras de cinema e programas de televisão. Assim, o rock do Barão Vermelho começava a assumir seu DNA boêmio, apaixonado e insitgado por 'mentiras que interessam'.
Graças a Maior Abandonado, o Barão Vermelho se apresentou no Rock in Rio em janeiro de 1985 e acabou sendo uma das únicas bandas brasileiras que se apresentou no festival a não ser vaiada.
+++ LEIA MAIS: Pop, teatro e quadrinhos: como a Blitz redefiniu a estética da música nos anos 1980
Embora não faltem bons candidatos, nenhum disco de estreia de um artista brasileiro dos anos 1980 é tão impressionante quanto o primeiro do Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens. Aliado ao fato de que a história da banda é praticamente um conto de fadas do rock daquela geração, a sequência de hits que o grupo enfileira ajudou a tornar tacanha a MPB que havia dominado a década anterior.
O nome inusitado do grupo – escolhido durante uma entrevista ao vivo na rádio Fluminense – ajudava a chamar atenção, mas o primeiro álbum lançado em 1984 e a presença meio tímida, meio blasé de Paula Toller transformaram o grupo em um sucesso. Com a ajuda de Lulu Santos, Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens logo se encontraram no gênero.
+++ LEIA MAIS: Ex-integrante do Kid Abelha revela motivo da separação da banda: ‘Paula diva’
Inicialmente, Torquato Mariano era o guitarrista, mas logo saiu da banda e deu lugar à Bruno Fortunato. Posteriormente, Torquato se tornou produtor e trablhou em grandes sucessos da banda Charlie Brown Jr.
Além das faixas do primeiro single, o disco ainda emplacaria “Fixação”, “Alice”, a faixa-título e as baladas “Nada Tanto Assim” e “Como Eu Quero”, esta última pinçada pelo produtor Liminha quase no fim da gravação, dos rascunhos que a banda pensava em descartar. É o grande álbum de new wave brasileiro, um disco pop perfeito.
A banda que colocou Brasília no mapa da cultura nacional tinha suas raízes no punk e no pós-punk, como havia deixado claro em seu álbum de estreia, Legião Urbana (1985). Mas quando a turma de Renato Russo se reuniu para gravar o aguardado sucessor, perceberam a necessidade de uma geração em reescrever rapidamente a própria história, assim como a banda precisava.
O segundo disco do Legião Urbana, que foi originalmente chamado Mitologia e Intuição, estava planejado para ser duplo, com boa parte de suas canções conduzida pelo violão. No entanto, Renato gravou uma série de músicas de apelo folk, para que os outros integrantes compreendessem a sonoridade que ele desejava trazer ao novo álbum.
Desta primeira ideia, apenas a presença acústica acabou sobrevivendo, o que deu vida ao lançamento, ampliando ainda mais o alcance das músicas e da poesia do vocalista e compositor do grupo, retratando os anseios e sentimentos de uma geração revoltada.
Apesar das polêmicas após a prisão de dois integrantes por porte de drogas, os Titãs registraram fielmente à época com o terceiro disco. Cabeça Dinossauro é tudo aquilo que a geração esperava - mas ainda melhor - canções barulhentas, com letras de protesto e uma sonoridade punk e new wave que havia acabado de chegar as massas.
O octeto gravou em dois dias o que deveria ser, inicialmente, uma demo, mas acabou se tornando a essência do Titãs que iria muito além dos riffs e palavrões, marcando uma nova fase no pop nacional. Por fim, a noite havia chegado aos anos 1980.
O baterista Charles Gavin descreveu a produção à época como uma desilusão, um cenário distópico e momentos que a banda deixou o perfeccionismo de lado para realmente dizer o que importava em meio a Ditadura Militar no Brasil.
+++ LEIA MAIS: Cazuza: 'O Tempo Não Para' é relançado com versões inéditas; ouça
Nenhuma banda que tocou no primeiro Rock In Rio (1985) se beneficiou tanto com o festival quanto os Paralamas do Sucesso. Além de terem rodado o país graças à fama conquistada no evento, o trio decidiu apostar em uma mudança sonora diferente de tudo que existia na indústria quando gravaram seu terceiro álbum.
Cansados de serem chamados de "Police brasileiro", Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone decidiram ir direto à fonte, buscando influências na música africana, reggae de raiz e também na Música Popular Brasileira (MPB).
A aposta em uma música mais tribal que fugia completamente do padrão britânico que imperava por aqui causou estranheza, mas foi bem sucedida em todos os sentidos. "Alagados", "Melô do Marinheiro", "A Novidade" e o singelo resgate de "Você" de Tim Maia fizeram sucesso com os críticos e o público, se mostrando fundamental para o gênero no país, ao resgatar influências ancestrais e inseri-las ao gosto popular.
A banda baiana lançou não apenas um, mas dois discos em 1986. O primeiro deles, Viva, é um dos grandes álbuns ao vivo do nosso rock e traz as versões definitivas para "Eu Não Matei Joana D'arc" e "O Adventista", além de cinco canções até então inéditas.
O que poucos sabem é que Viva foi lançado apenas por necessidades contratuais com a antiga gravadora, antes de migrar para a WEA, reconhecida pelo amplo leque de artistas agenciados.
Correndo O Risco mostrou o grupo expandindo seus horizontes sonoros, sem que seu passado punk fosse descaracterizado. Repletos de críticas ao momento de Ditadura, os integrantes do Camisa de Vênus também não pouparam esforços em mostrar as dualidades e o amadurecimento, especialmente nos hits "Só o Fim" e "Simca Chambord".
Em 1996, o Sepultura dava um passo ousado na carreira que mudou a história do rock metal não apenas no Brasil, mas ao redor do mundo. Roots elevou as experimentações ao máximo, gravando músicas numa tribo indígena e tocando com Carlinhos Brown.
O desejo de realizar as gravações em tribos indígenas já existia antes do álbum de 1996, mas o grupo acabou tomando a decisão por definitivo por um filme dirigido pelo cineasta Hector Babenc, intitulado Brincando nos Campos do Senhor.
“Ratamahatta”, um dos maiores mistérios do álbum, foi composta com Carlinhos Brown, trazendo Mike Patton e Jonathan Davis nos backing vocals. Cheia de palavras soltas em português, a canção foi inspirada nos ratos de rua que povoam Nova York.
Miley Cyrus revela inspiração em The Wall (Pink Floyd) para próximo álbum
Coachella 2025 anuncia line-up com Lady Gaga, Charli xcx, Anitta e mais
Morrissey diz que guerra contra 'liberdade de expressão' o impede de lançar música
O momento em que Serj Tankian se desligou emocionalmente do System of a Down
O agradecimento aliviado de Mike Shinoda após Linkin Park lançar novo álbum
A inesperada opinião de Mark Zuckerberg sobre uso de IA na música