- Tom Zé em 1999 (Foto: Divulgação/ Site oficial de Tom Zé/ Christopher Dunn)

86 anos de Tom Zé: 5 fatos sobre a vida e a carreira do músico baiano

Em homenagem a um dos maiores representantes da Tropicália no Brasil, separamos algumas curiosidades sobre a trajetória de Tom Zé

Pamela Malva Publicado em 11/10/2022, às 15h00

Neste dia, há exatos 86 anos, nascia no município baiano de Irará um dos maiores expoentes da música popular brasileira. Com mais de mais de 20 álbuns de estúdio lançados em toda sua carreira, Tom Zé completa mais um aniversário nesta terça-feira, 11.

Nascido Antônio José Santana Martins, o músico passou grande parte de sua infância no sertão da Bahia. E, herdeiro de uma família humilde, assistiu seu pai ganhar na loteria após encontrar um pote de libras esterlinas e trocar uma das moedas por um bilhete premiado.

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Sempre muito curioso, o baiano começou a gostar de música ainda muito jovem, ouvindo Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, samba-de-roda e cantores do rádio. Foi tocando gaita, por exemplo, que Tom Zé aprendeu a assoprar algumas notas do clássico "Asa Branca" e, algum tempo depois, já aos 17 anos, descobriu o violão e se apaixonou pelo instrumento.

Tom Zé, então, cresceu para se tornar um dos grandes nomes da música nacional. Em um currículo composto em décadas de carreira, o músico lançou grandes sucessos, como os discos Vira Lata na Via Láctea, Com Defeito de Fabricação e Canções Eróticas de Ninar.

Em homenagem aos 86 anos do renomado cantor, então, separamos cinco curiosidades sobre a vida e a carreira de Tom Zé. Confira:

Loja de presentes

Na década de 1960, enquanto ainda morava em Irará, Tom Zé começou a trabalhar em uma loja de presentes aberta por sua família. Já tendo criado uma música para o filme Jana e Joel, no entanto, o artista foi influenciado pela tia Gilka, esposa do então deputado Fernando Santana, a mudar-se para Salvador, a fim de iniciar uma carreira profissional como músico.

Foi na capital baiana que Tom Zé tornou-se diretor de música do Centro Popular de Cultura, onde trabalhou até 1964. Pouco antes, em 1962, o músico ainda entrou para a Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, após passar no vestibular da instituição em primeiro lugar, tendo aulas com grandes nomes da música européia.

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Teatro

Ainda em 1962, Tom Zé foi apresentado a Caetano Veloso pelo jornalista Orlando Senna — o que abriu as portas do teatro ao cantor. Foi assim, por exemplo, que o músico uniu-se a Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia e Djalma Corrêa no espetáculo Nós, Por Exemplo. O grupo, inclusive, foi convidado a idealizar e realizar mais um show, desta vez na grande São Paulo — o chamado Arena canta Bahia.


Tropicália 

Em 1968, Tom Zé mudou-se definitivamente para São Paulo, adotou seu nome artístico e lançou, ao lado de outros músicos, o disco Tropicália – Panis et circensis. Provocador, o álbum foi um dos definidores do movimento tropicalista no país e, dessa forma, o artista da Bahia tornou-se um dos maiores expoentes da Tropicália na música nacional.

Compositor de músicas que rompiam com o padrão, conhecidas por trazer elementos do folclore do sertão baiano, no entanto, Tom Zé encontrou grande resistência das rádios na década de 1970. Isso porque, segundo site do próprio cantor, as emissoras se afastaram do músico ao não conseguirem classificá-lo, levando o nome do baiano ao esquecimento.

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Cadeira na Academia

Após trabalhar com jornalista, ator e publicitário, sendo “redescoberto” pelo músico David Byrne, Tom Zé caiu nas graças do público mais uma vez e, décadas mais tarde, recebeu um dos maiores reconhecimentos da cultura brasileira. Em 27 de setembro de 2022, sucedendo Jô Soares, Tom Zé foi escolhido para ocupar a 33º cadeira da Academia Paulista de Letras.


Conquistas

Em décadas de lançamentos e após muitos sucessos, Tom Zé acumulou diversos prêmios e conquistas. Em 1968, por exemplo, venceu o IV Festival de Música Popular Brasileira graças a canção "São Paulo, Meu Amor". Mais tarde, em 1999, teve seu disco The best of Tom Zé eleito um dos melhores discos da década pela Rolling Stone internacional.

Já em 2016, o recém-lançado Canções Eróticas de Ninar tornou-se um dos maiores álbuns do cantor, pelo menos segundo a crítica. Além de eleito pela Rolling Stone Brasil como o 23º melhor álbum brasileiro daquele ano, ainda venceu o Prêmio de Música Popular Brasileira.

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