- Lars Ulrich (Getty Images)
Rock

A banda de rock clássico pela qual Lars Ulrich é obcecado

Grupo em questão foi o responsável por mudar a trajetória da vida do baterista do Metallica, que na infância era treinado para ser tenista profissional

Igor Miranda Publicado em 05/06/2024, às 16h50

Todo músico que se consagrou no rock esteve na função de fã algum dia — e, por que não, continua a ser mesmo após a fama. No caso de Lars Ulrich, havia uma banda da década de 1970 pela qual ele era obcecado.

O baterista do Metallica era um grande apreciador do Deep Purple. Em entrevista de 2012 à Classic Rock, o músico se lembrou da primeira ocasião em que viu ao vivo o grupo, que contava na época com sua formação clássica: Ian Gillan (vocal), Ritchie Blackmore (guitarra), Roger Glover (baixo), Jon Lord (teclados) e Ian Paice (bateria).

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Deep Purple (Foto: Getty Images)

 

Naqueles tempos, Ulrich gostava de grupos como Slade, Sweet e Status Quo, também adeptos ao rock, mas com sonoridade não tão pesada. Ao conhecer o “extremo” Purple, o pequeno de apenas 9 anos — que era treinado para seguir os passos do pai como tenista profissional — simplesmente pirou. De início, ele conta:

“Houve um torneio de tênis no KB Hallen [em Copenhague, Dinamarca] que começou na manhã de segunda-feira e o Deep Purple tocou lá na noite anterior. Por alguma razão, eles convidaram todos os tenistas para assistir ao show. Meu pai [Torben Ulrich, ex-tenista profissional] me chamou. Era o começo de 1973 e o Purple estava promovendo o álbum Who Do We Think We Are.”
Foto: Theo Wargo / Getty Images for Global Citizen

 

O show aconteceu há décadas, mas o baterista, no momento da entrevista, ainda se recordava de vários detalhes.

“Lembro de Ritchie Blackmore jogando sua guitarra no equipamento de iluminação, esfregando-a nas caixas de som e tocando com a bund*. Jon Lord estava invocando a fera, Ian Gillan estava escondido atrás de uma cortina de cabelo tocando bongô, Roger Glover segurava o ritmo, enquanto Ian Paice estava sentado lá atrás fazendo seu lance. Eu nunca tinha visto nada parecido antes. Fiquei completamente impressionado. Como você pode imaginar, foi a coisa mais barulhenta e legal que eu já vi.”

Lars Ulrich e a fama do Deep Purple

Algo notório para Lars Ulrich, de origem dinamarquesa, era a popularidade do Deep Purple na Europa. Já nos Estados Unidos, a grande banda de rock daquele período era o Led Zeppelin. Ambos vieram da Inglaterra, mas se destacaram em espaços diferentes.

Sobre a fama do Purple em território europeu, ele refletiu:

“O Led Zeppelin nunca atingiu o mesmo nível de fama quando eu era criança na Dinamarca. O Zeppelin de alguma forma parecia ser mais uma coisa americana. Havia também uma imagem construída neles. Ritchie Blackmore era muito visual, mas não posava como Robert Plant (vocalista do Zeppelin) com sua camisa aberta, peito suado e atitude de: ‘eu sou um Deus, volte para o quarto do hotel e faça sexo oral em mim’.”

Curiosamente, o Metallica nunca regravou uma música do Deep Purple em seus álbuns. Há registros da banda tocando “When a Blind Man Cries”, mas não em estúdio. E olha que o grupo de metal se notabilizou por registrar várias versões de canções de seus ídolos. Durante o bate-papo, Lars revelou:

“Não tocávamos músicas do Deep Purple ao vivo nos velhos tempos, mas tocávamos muito nas músicas deles em nossos ensaios, músicas como ‘Black Night’ e ‘Highway Star’, tocávamos o tempo todo e também algumas músicas do Rainbow (banda de Ritchie Blackmore), como ‘Stargazer’ e ‘Tarot Woman’. É realmente onde residem as nossas raízes musicais.”
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