Grupo formado neste século já lançou álbum composto por covers de artistas clássicos do rock e heavy metal
Igor Miranda (@igormirandasite)
Publicado em 16/01/2025, às 08h00Veterano do rock, Alice Cooper teve suas músicas regravadas por diversos nomes mais jovens. Um de seus hits, “Poison”, de 1989, ganhou uma releitura que, aos olhos do artista, se destacou.
A versão do Powerwolf, banda de power metal da Alemanha, traz algumas similaridades com os espetáculos teatrais popularizados por Vincent Furnier (nome real de Alice). Chegou ao ponto de o próprio demonstrar sua apreciação.
Tecladista do grupo, Falk Maria Schlegel revelou à revista Metal Hammer que teve um encontro recente com Cooper. Na ocasião, recebeu um elogio de grande significado.
Conhecemos Alice Cooper. Fizemos um cover de ‘Poison’ em comemoração ao seu aniversário de 75 anos. Eu amo todo o visual de Alice no palco. Ele é aquele personagem no palco e é um cara realmente legal fora dele. Ele veio até nós e disse: ‘parabéns por sua versão de ‘Poison’, é até melhor que a minha’.”
Schlagel ficou lisonjeado pela declaração de Alice, mas reconhece a força da canção original, lançada no álbum Trash (1989). Na versão do Powerwolf, foram adicionados elementos do som da banda, como o característico órgão. Falk concluiu:
Não tenho certeza se ele realmente acha isso, porque nenhuma versão é melhor que a original, mas ela se encaixa perfeitamente no universo do Powerwolf, o tipo de música, com o órgão e a voz de Attila (Dorn, vocalista). E eu amo essa música, é uma canção que você faz uma vez na vida.”
O Powerwolf tradicionalmente produz muitos covers. Também em 2023 o grupo alemão fez sua própria versão de “Bark at the Moon”, faixa-título do disco de 1983 lançado por Ozzy Osbourne.
Em 2015, a banda produziu Metallum Nostrum, álbum de covers que inclui material de nomes como Judas Priest, Black Sabbath, Iron Maiden, Running Wild, Savatage e Gary Moore.
Fundado em 2003, em Saarbrücken, Alemanha, o Powerwolf é composto por Matthew Greywolf e Charles Greywolf nas guitarras, além de Falk Maria Schlegel nos teclados, Attila Dorn nos vocais e Roel van Helden na bateria – este desde 2011. Sua proposta tem se provado um tanto diferente dentro do power metal.
Os nomes dos integrantes são pseudônimos, o que ajuda a desenvolver uma espécie de história própria fictícia. Isso, aliado ao uso de corpse paint no rosto e visual impactante nos palcos, torna clara a associação entre o Powerwolf e Alice Cooper, considerado o criador do chamado shock rock.
As letras sobre lobisomens e lendas folclóricas adicionam um toque diabólico — e irreverente — a elementos da Igreja Católica. Os refrãos costumam ser fortes, feitos para serem cantados ao vivo com participação da plateia, como parte de uma fórmula que caiu no gosto do público, especialmente na Europa.
O Powerwolf soma dez álbuns de estúdio ao longo de mais de 20 anos de carreira. O mais recente é Wake up the Wicked (2024). Com apenas uma passagem pelo Brasil — oito shows em 2020 —, os alemães retornam ao país como uma das atrações do Bangers Open Air 2025, festival que acontece em maio no Memorial da América Latina, em São Paulo.
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Colaborou: André Luiz Fernandes.