Ex-integrantes da banda brasileira de metal mais popular do mundo estiveram frente a frente com o rei do futebol, que nos deixou ano passado
Igor Miranda Publicado em 09/09/2023, às 11h30
Falecido no fim de 2022, aos 80 anos, Pelé tinha forte relação com a música. O “rei do futebol” gravou discos como cantor e chegou a colaborar com nomes do porte de Roberto Carlos, Elis Regina e Sérgio Mendes.
Por sua vez, o Sepultura, maior banda de metal da história do Brasil, também tinha relação com o futebol. Os integrantes de sua formação clássica são torcedores apaixonados de seus times — seja pelo Palmeiras dos irmãos Max (voz e guitarra) e Iggor Cavalera (bateria), o São Paulo de Andreas Kisser (guitarra) ou o Atlético Mineiro de Paulo Jr (baixo).
E o que aconteceu quando esses dois mundos se encontraram? Em sessão de perguntas e respostas com fãs publicada pela revista britânica Metal Hammer (via site Igor Miranda), Max e Iggor relembraram uma ocasião em que estiveram frente a frente com Pelé. Fãs do “rei”, os músicos definiram a experiência como “alucinante”, apesar do saudoso jogador ter estranhado o nome da banda. Max relata:
“Chegamos a conhecer o Pelé e foi alucinante. Dissemos a ele que o nome da banda era Sepultura e ele disse algo como: ‘Esse é um nome terrível!’. Mas só o fato de ele nos reconhecer foi incrível.”
Brincadeiras à parte, os artistas refletiram um pouco sobre o talento de Pelé. Iggor chegou a compará-lo com Jimi Hendrix, tido por muitos como o maior guitarrista de todos os tempos.
“Pelé era meio que um Jimi Hendrix, ele era totalmente diferente dos outros jogadores. Mas já vi muitos atletas legais, como o Ronaldinho Gaúcho, que era outra aberração, se posso colocar assim.”
A relação do Sepultura com o futebol é tão forte que uma discussão sobre o tema quase pôs fim à banda. A situação ocorreu quando Max e Iggor Cavalera já não faziam mais parte do grupo — o primeiro saiu em 1997 e o segundo, em 2006. A confusão se deu entre Andreas Kisser e Paulo Jr.
+++ LEIA MAIS: Quando uma discussão sobre Rogério Ceni quase encerrou o Sepultura
Em entrevista de 2021 ao Uol Esporte, Kisser destacou inicialmente que “discussão tensa com futebol é normal”, especialmente “quando se tem vários amigos rivais, corintianos e palmeirenses”. Na sequência, contou que seu desentendimento com o baixista ocorreu por conta de Rogério Ceni, goleiro ídolo do São Paulo que posteriormente trabalhou como treinador da equipe.
O guitarrista não deixou de reconhecer o talento de Ceni — e destacou que por conta disso é tão “odiado pelo resto” dos torcedores de outros clubes.
“É uma figura fantástica, um goleiro excepcional, revolucionário, que reinventou... obviamente, já tinham goleiros que batiam falta antes, mas acho que o Rogério Ceni chegou em outro patamar.”
Embora tenha definido a discussão como “besteira”, Andreas reconheceu que a briga quase fez com que o Sepultura encerrasse as atividades. Infelizmente, a fofoca veio pela metade: ele não revelou o exato contexto da conversa.
“Foi uma briga, discussão de Atlético e São Paulo, Rogério Ceni, besteira, né? Quase acabou com a banda [risos]. Foi um negócio meio sério. [...] No dia seguinte estava tudo certo. São discussões naturais, principalmente com o Paulo. Foi a discussão que quase acabou com o Sepultura ou quase tirou um da banda, mas estamos aí juntos, até hoje, discutindo sobre futebol da melhor maneira possível.”
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