Raramente crítico, guitarrista desta vez apontou que ex-colegas se contradisseram e relatou estranhamento com a situação
Igor Miranda Publicado em 04/02/2024, às 11h00
O Kiss encerrou as atividades, em dezembro último, com dois shows em Nova York. Foram as apresentações finais de uma longa turnê de despedida, “End of the Road”, iniciada em 2019 e que chegou a passar duas vezes pelo Brasil — em 2022 e 2023.
Ainda no começo da tour, os líderes do grupo, Paul Stanley (voz e guitarra) e Gene Simmons (voz e baixo) disseram que seria interessante contar com ex-integrantes participando das apresentações. Dessa forma, muitos fãs aguardavam que, além dos membros originais Ace Frehley (guitarra) e Peter Criss (bateria), o também guitarrista Bruce Kulick poderia aparecer em algum show. Parte do grupo entre 1984 e 1996, Kulick sempre teve uma boa relação com Stanley e Simmons.
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Não foi isso que aconteceu. Em entrevista ao Ultimate Classic Rock (via site Igor Miranda), Bruce contou que sequer foi convidado para as apresentações finais, realizadas no Madison Square Garden, em NY. Raramente crítico aos ex-chefes, o músico desta vez acabou fazendo um longo desabafo.
“Quando anunciaram a turnê ‘End of the Road’ pela primeira vez, disseram que todos iriam receber um convite, que isso seria divulgado como um gesto de boa vontade de Gene e Paul. Mas isso nem sempre significa que isso vai acontecer em grande estilo. Vou dar um passo adiante e apenas dizer: não, não fui convidado para estar lá. Já imaginava quando anunciaram os shows finais.”
Ainda de acordo com Kulick, o grande culpado pela situação seria o empresário Doc McGhee. Uma entrevista dada pelo manager não apenas deixou claro que a participação especial não ocorreria, como também desmereceu a forma como a colaboração se daria.
“Doc participou de um podcast e alguém perguntou sobre a minha presença. Ele respondeu que o Kiss não é uma banda de jams. Em outras palavras, meio que zombou de mim subindo lá e tocando com eles, o que já havia feito no Kiss Kruise (cruzeiro temático em 2018) junto a Ace, certo? Doc não gosta nem entende a época em que fiz parte da banda. Não participou desse período. Pessoalmente, sempre foi muito legal comigo e eu sei o quão importante ele é para a grande visão do que foi feito depois que eu saí. Mas vejo o que ele declarou sobre o Kiss não ser um grupo de jams como uma forma de anunciar ao mundo que não iria rolar. Eu entendo, ok? Não estava procurando por um momento mágico para tocar com eles no palco, mesmo que os fãs adorassem. Mas não importa.”
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Ainda durante a entrevista, Bruce Kulick descreveu como estranha a sensação de todos os seus amigos estarem indo assistir aos shows finais em Nova York e alguns deles perguntarem se ele iria, recebendo uma resposta negativa. Segundo ele, vários fãs entraram em contato para dizer que esperavam por sua participação ou ao menos presença no local.
“Nem mencionaram o nome de ninguém. Sequer das outras pessoas importantes em sua carreira, como Bill Aucoin (primeiro empresário, já falecido), o próprio Doc McGhee ou outras figuras importantes que fazem parte da Kisstória, que ajudaram a banda a ter tanto sucesso. Não vou invadir a festa quando não fui convidado. Certamente foi a noite deles. Homenageei com um post nas redes sociais, parabenizando-os. É a noite deles para fazer o que quiserem. O que haveria de errado em mencionar os outros caras? Ou até mesmo mostrado algumas imagens de qualidade? Um vídeo de cinco minutos teria ajudado muito em um evento como esse.”
Kulick até celebrou o fato de o show ter sido encerrado com a gravação de uma música que ele participa: “God Gave Rock and Roll to You II”, releitura da original do Argent, lançada no início dos anos 1990. Ainda assim, a sensação foi estranha para Bruce, a ponto de ele dizer que a controversa introdução da banda ao Rock and Roll Hall of Fame em 2014 representou mais a “Kisstória” do que o show final — no evento realizado no museu, somente os integrantes originais foram homenageados, mas todos estiveram presentes.
“Gene e Paul me convidaram, me levaram de primeira classe e eu fiz parte da comitiva. Estava lá para apoiá-los, mesmo não tendo sido um dos homenageados. Sentei-me à mesa com a família, Tommy (Thayer, guitarrista) e Eric (Singer, baterista). Tom Morello (Rage Against the Machine) gentilmente mencionou todos os membros da banda durante seu discurso de introdução. Todos nós sabemos que isso aconteceu de maneira estranha, porque o Hall da Fama só queria introduzir os originais. Achei errado, mas era o que eles queriam fazer. Mas eu estava lá. A Kisstória foi representada no Hall of Fame, mas não no último show da banda.”
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