Músico britânico citou 10 nomes que ajudaram em sua formação, em lista equilibrada entre clássicos e artistas mais modernos
Por Igor Miranda (@igormirandasite) Publicado em 04/09/2024, às 13h01
O Royal Blood tem um funcionamento ligeiramente diferente em relação à maioria das bandas de rock. Trata-se de um duo com Ben Thatcher na bateria e Mike Kerr nos vocais e... baixo. Isso mesmo: nada de guitarra, embora o instrumento de Kerr soe como uma. A fórmula tem dado certo, a ponto de todos os seus álbuns terem chegado ao topo das paradas britânicas.
Kerr foi convidado pela Guitar World para fazer uma lista com 10 guitarristas — e não baixistas — que ajudaram a moldar seu som. Inicialmente, o músico inglês comentou sobre tal mudança e sua abordagem do baixo no som da dupla.
Ele disse:
Se eu estivesse tocando baixo em um setup mais tradicional, onde teria um guitarrista comigo, eu provavelmente assumiria um papel mais tradicional sonoramente. No Royal Blood, tudo o que eu faço tem que ser muito ‘riffado’.”
Segundo o músico, o formato de duo do Royal Blood é algo que o obriga a entrar no território da guitarra — ainda que com um instrumento mais grave.
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Estar em uma dupla demanda mais melodia, eu acho. Estou tocando baixo e mudando o que toco uma oitava para cima e isso transcende para o território da guitarra. É uma combinação de coisas diferentes, mas é a razão principal.”
A respeito das influências, Kerr mesclou bem nomes clássicos com artistas mais jovens. Neste último caso, chama atenção a presença de St. Vincent, citada por ele como uma das guitarristas mais brilhantes e criativas do mundo. A respeito da artista de nome real Annie Clark, ele afirmou:
Eu diria que St. Vincent é, sem dúvida, uma das melhores guitarristas do mundo hoje. Eu acho que ela tem aquela coisa do Jeff Buckley, onde ela tem um grande entendimento de teoria musical, mas consegue incluir isso em sua composição de riffs e músicas de formas muito sutis e gostosas.”
Confira a lista com os 10 guitarristas citados por Mike Kerr:
Outro nome da lista de Mike Kerr que se destaca é Jack White. Assim como o Royal Blood, o White Stripes era um duo, com a diferença de ter uma guitarra no lugar do baixo.
Por isso, as observações do frontman do Royal Blood a respeito do modo de tocar de White são pertinentes. Sobre o guitarrista, ele disse:
Para começar, eu meio que perdi o White Stripes. Eu só os descobri mais tarde, mas quando descobri, fui pego pela agressão de seu modo de tocar guitarra. Há uma animação que ele tem que é simplesmente incrível. Quando ele toca guitarra, soa como se ele estivesse tão animado por estar tocando. É tão inspirador. Eu adoro essa energia, sabe? Ele está sempre pulando pelas paredes quanto tem uma guitarra nas mãos.”
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Kerr também falou de aspectos mais relacionados a timbre, que são justamente onde ele e White estariam mais próximos. O vocalista e baixista disse:
Ele também é muito interessante em termos de timbre. Tem um monte de sons de fuzz interessantes, que se tornaram uma grande parte do meu DNA musical. Ele ama sons vintage, mas não é ligado em equipamento vintage... e, honestamente, eu não entendo nada de equipamentos. Acho que as pessoas geralmente ficam surpresas com isso, talvez por causa do meu setup ou do som. Eu só quero que as coisas funcionem, mas não estou realmente interessado em como elas funcionam.”
Para terminar, Mike citou outro guitarrista que toca com o mesmo efeito de fuzz que o agrada no som de Jack White. E, claro, outro músico de um duo. Ele disse:
Outro guitarrista com fuzz que eu amo é Dan Auerbach. Obviamente, o Black Keys sempre soa incrível, mas eu realmente gosto do que ele faz no The Arcs também. Aqueles discos são inacreditáveis.”
O único artista citado que trabalhou com o Royal Blood foi Josh Homme. O líder do Queens of the Stone Age coproduziu o disco Typhoons (2021), o terceiro do grupo, ao lado de Paul Epworth e dos próprio Kerr e Thatcher.
Colaborou: André Luiz Fernandes.
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