Vocalista e baixista do Kiss exaltou sua relação com Paul Stanley, de quem nunca se separou, mesmo com conflitos
Igor Miranda Publicado em 22/07/2023, às 20h27
Poucas são as relações realmente duradouras entre músicos no rock. Ainda mais raras são as bandas que não passam por mudanças de formação. O U2 segue firme e forte, apesar da ausência do baterista Larry Mullen Jr nos próximos compromissos da banda, enquanto o ZZ Top só trouxe um novo baixista, Elwood Francis, após a morte de Dusty Hill.
O Kiss não pode se gabar de manter a mesma formação, já que perdeu dois de seus integrantes originais (o guitarrista Ace Frehley e o baterista Peter Criss) antes de completar 10 anos de carreira. Porém, os líderes do grupo, Paul Stanley (voz e guitarra) e Gene Simmons (voz e baixo) nunca se separaram — mesmo com os conflitos naturais de quem trabalha junto há cinco décadas.
Simmons dá muito valor a isso, conforme revelado em entrevista ao Piers Morgan Tonight. Chega ao ponto de ele criticar a postura de alguns de seus ídolos por caluniarem seus parceiros publicamente, algo que ele diz nunca ter feito com Stanley e vice-versa.
“Continuamos a ter esse relacionamento surpreendente. Sempre fico muito triste quando lembro que John Lennon e Paul McCartney [Beatles] ou Mick Jagger e Keith Richards [Rolling Stones] começaram a se caluniar publicamente. Quero dizer, até mesmo Caim e Abel [da Bíblia] não se davam muito bem. Sempre foi tão triste para mim ver isso, mas Paul [Stanley] e eu temos esse tipo de resiliência de sermos um o irmão que o outro nunca teve.”
De fato, os músicos dos Beatles e Rolling Stones passaram a se provocar publicamente conforme os anos se passavam. Especificamente no caso dos Stones, sabe-se que Jagger e Richards tiveram brigas tão fortes a ponto de gerar “rachaduras” no relacionamento da banda. Os períodos renderam trabalhos solo de ambos, mas a parceria nunca foi encerrada em definitivo.
Como destacado anteriormente, isso não significa que Gene Simmons e Paul Stanley não tiveram conflitos ao longo da carreira. Especialmente na década de 1980, os dois divergiram bastante com relação ao rumo que seus trabalhos estavam tomando.
Simmons, por exemplo, não achava que a banda deveria abdicar das maquiagens em 1983. Foi preciso que Stanley o convencesse — e o parceiro ainda ficou um pouco deslocado com a mudança nos anos seguintes.
No mesmo período, o baixista deu início a uma carreira como ator que deixou o guitarrista um tanto quanto “sozinho” no Kiss. Gene não chegou a sair da banda, mas transferiu praticamente todas as decisões criativas para Paul, algo que o chateou, como já revelou em entrevistas e em sua autobiografia.
Ciente de tudo isso, o linguarudo do hard rock destacou que, pelo menos, os dois nunca fizeram da mídia um espaço para ataques.
“Não concordamos muito, mas há uma admiração e respeito permanentes pelo talento que ele tem que eu nunca terei e, espero, a peça do quebra-cabeça que trago e que ele não tem.”
Por fim, ainda definiu o colega como sua “alma gêmea”.
“Funciona. Você não sabe tudo nem eu. Mas quando se conhece alguém que é uma alma gêmea, é possível ser maior do que nunca.”
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