- Air Supply (Foto: Getty Images)

Air Supply aposta em canções de amor como saída do caos e mira novo disco: 'Não falamos de política ou religião' [ENTREVISTA]

Em entrevista exclusiva à Rolling Stone, Russel Hitchcock elogiou público brasileiro e revelou segredo para boa relação do Air Supply

Dimitrius Vlahos Publicado em 25/09/2022, às 11h00

Movidos pelo que resta de bom no mundo, Graham Russell e Russell Hitchcock não se deixaram influenciar por tempos sombrios. Os integrantes do Air Supply, dupla responsável por grandes hits românticos dos anos 1980, abraçam o estilo de música que fazem e estão felizes com pouca (ou nenhuma) mudança. 

A banda vem ao Brasil ainda este ano, para apresentações em Recife, Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo em outubro. A turnê é a mesma da última passagem deles pelo país, mas Russel Hitchcock prometeu um show que valerá à pena o ingresso.

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Em entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil, o músico afirmou: “Sempre queremos voltar ao Brasil. Tivemos ótimos shows aí. Encorajamos todos que nos assistiram antes a voltarem, e aqueles que nunca viram que deem uma chance, garantimos que não se decepcionarão. Sempre tivemos uma relação ótima com o público brasileiro. É bom ver muito entusiasmo e emoções.”

Disco novo e setlist

Com mais de 10 anos passados desde o último disco de estúdio, Mumbo Jumbo (2010), Russell admitiu que trabalham em novas faixas. Com previsão para o final de outubro, novo single deve chegar ao público e, quem sabe, pintar na setlist da turnê pela América do Sul. Escolher as faixas é outro desafio do Air Supply, considerando os muitos hits da carreira.

“Obviamente sempre precisamos tocar ‘Lost In Love’ e ‘Here I Am.’ Mas alguém sempre ficará desapontado, não importa o que tocarmos. ‘Por que você não tocou essa ou aquela?’ Simplesmente não temos tempo para todas, então procuramos o que é melhor para nós e mais popular entre os fãs. Dedicamos nossa alma e coração para apresentar essas músicas no palco,” afirmou.

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Apesar das faixas obrigatórias em todos os shows, Hitchcock não demonstrou estar cansado das próprias canções, como a banda conseguiu aplicar algo parecido com um rodízio durante os anos na estrada. Segundo ele, a estratégia evita que público e banda fiquem cansados de certas composições, tornando os shows mais sinceros para os fãs - ainda que isso signifique que a audiência possa deixar de ouvir alguma música marcante.

Relação profissional

Assim como a obra deles, a relação entre Graham Russell e Russell Hitchcok está sujeita ao desgaste - como aconteceu em diversos outros grupos surgidos no mesmo período que Air Supply. Profissionalismo e respeito foram a chave, além de uma combinação artística simples, mas eficiente: um não gosta de cantar, enquanto o outro não gosta de compor. 

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“Nos respeitamos como pessoas e amigos. Ele escreve músicas e eu não consigo. Ele não quer ser a primeira voz, e eu canto. Isso funciona bem. Amamos trabalhar juntos. Houve uma mágica desde o primeiro encontro. Viemos de lugares parecidos, temos gostos similares, gostamos do mesmo tipo de filmes, música e humor. Não nos vemos muito quando não estamos trabalhando. Depois de um intervalo, é bom vê-lo novamente.”

O público gosta de músicas românticas?

"Apesar de todo o caos," o músico acredita que as canções de amor ainda inspiram as pessoas - um tópico que não sai de moda mesmo nos períodos mais dramáticos da humanidade. "Músicas sobre amor são uma boa saída para o caos. Todos podem deixar de lado a negatividade, os relacionamentos ruins e as contas para pagar por um momento."

"Temos um trabalho: entreter as pessoas. Não estamos no palco para falar de política ou religião, ou qualquer outro assunto. Deixamos o resto do lado de fora. Nossa meta é deixar as pessoas alheias ao resto por algumas horas e colocá-las em um bom lugar em seus corações," explicou Hitchcock sobre os shows e futuros trabalhos da banda.


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