Compositor da maior parte das músicas do Iron Maiden selecionou suas “filhas” prediletas sob a perspectiva de seu instrumento principal
Igor Miranda (@igormirandasite)
Publicado em 12/03/2025, às 12h37Líder e fundador do Iron Maiden, Steve Harris se notabilizou como um dos baixistas mais idolatrados da história do heavy metal. Seu timbre é facilmente reconhecível: ligeiramente estalado e trabalhado a partir do uso da técnica de pizzicato, que soa “galopante” no instrumento.
Curiosamente, de início tentou ser baterista. Não deu certo. Em vez de migrar para a guitarra, como muitos fariam, adotou o baixo. O motivo? “Se não consigo tocar bateria, devo tocar junto com a bateria, em termos rítmicos”, explicou, em entrevista de 2020 à Loudwire (via site Igor Miranda).
Também principal compositor do Maiden, Harris desenvolveu uma série de linhas de baixo icônicas. Mas quais seriam as favoritas dele? Em entrevista à revista Bass Player, o lendário músico revelou seis escolhas considerando todo o catálogo da banda — exceção feita ao álbum Senjutsu (2021), que ainda não existia na época.
Steve Harris: “Criei isso no quarto dos fundos da casa da minha avó. Eu estava morando com ela na época. Sorte minha que eu tinha meu próprio quartinho lá, pois os tios e tias haviam saído de casa. Lembro que desde o início achava ter criado algo muito bom.”
SH: “Isso foi antes mesmo de eu formar o Maiden. Eu fiz o riff de abertura com outra banda, chamada Smiler, mas a música tinha outro nome. O resto da música foi alterado depois, mas a introdução é provavelmente da mesma época em que compus ‘Burning Ambition’ [lançada em 1980 como lado B do single ‘Running Free’], que foi a primeira música de verdade que criei.”
SH: “Antes do primeiro álbum, tínhamos quatro anos e meio de músicas feitas. E aí havia apenas três músicas novas no segundo álbum, Killers. 80% ou 90% desse material também era dos primeiros quatro anos. Quando chegamos ao The Number of the Beast, não havia mais nada. Eu me lembro de pensar: ‘Cristo, não só temos um novo vocalista [Bruce Dickinson], mas também não temos mais nenhuma música’. [Risos] Isso foi uma pressão considerável.”
SH: “Piece of Mind foi o primeiro disco de Nicko [McBrain, baterista] com a banda. Sua forma de tocar é muito diferente da de Clive [Burr, baterista anterior] e mudou o nosso ‘sabor’. Ele não compôs nada e nós apenas continuamos compondo como queríamos, mas experimentamos algumas coisas, como a linha de bateria que abre ‘Where Eagles Dare’. Eu bati aquilo nas minhas pernas para ele. Não consigo tocar bateria nem se minha vida dependesse disso [Risos].”
SH: “Essa foi uma das primeiras em que pensei que algumas coisas musicais interessantes estavam acontecendo. Forçamos um pouco os limites com essa. Novamente, havia muita pressão. The Number of the Beast era o álbum número um no Reino Unido e isso coloca você sob muita pressão. Mas acho que sempre prosperamos sob pressão.”
SH: "Na verdade, eu tinha a introdução havia um tempo, mas nunca encontrava o que poderia combinar com ela. Então, simplesmente senti que era o momento certo para trabalhar nela. Acho que tem uma influência espanhola, que se conectou com o [significado da] música em si. Fiquei muito feliz com o resultado.”
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