Guitarrista foi convidado a escolher sua canção favorita; em resposta, citou quatro faixas, três delas do mesmo álbum de estúdio
Igor Miranda (@igormirandasite)
Publicado em 08/04/2025, às 17h24Com sete álbuns de estúdio lançados, o Oasis construiu um vasto repertório de hits e, claro, canções “lado B” também adoradas pelos fãs. Mas quais seriam as melhores músicas desse catálogo?
Não é pergunta fácil de se responder, ao menos para quem gosta do grupo. Todavia, Noel Gallagher tem sua resposta na ponta da língua.
O guitarrista e principal compositor da banda disse brevemente abordou o assunto em entrevista ao fotógrafo Kevin Cummins para o livro Oasis: The Masterplan (via NME). Curiosamente, quase todas as faixas escolhidas pelo músico vêm do álbum de estreia Definitely Maybe (1994).
Ele disse:
“Posso ter mais de uma música favorita? ‘Supersonic’, ‘Some Might Say’, ‘Live Forever’ e ‘Rock’n’Roll Star’.”
Apenas a segunda faixa citada vem de (What’s the Story) Morning Glory? (1995), segundo álbum do Oasis. Em entrevista anterior ao NME, o Gallagher mais velho disse que não gosta da sonoridade do trabalho em questão, justo o mais vendido da carreira do grupo. Na ocasião, ele analisou toda a discografia ao afirmar:
“Bem, eu não gosto do som de Morning Glory nem um pouco. O único álbum perfeito seria Definitely Maybe. Be Here Now (1997), as músicas são longas demais. Standing on the Shoulders of Giants (2000) não tem músicas boas o suficiente e tem muito filler. Heathen Chemistry (2002) tinha algumas boas: ‘Little By Little’ e ‘Stop Crying Your Heart Out’, o resto é um pouco ‘meh’. Don’t Believe The Truth (2005) é muito bom, Dig Out Your Soul (2008) meio que cai no final. Todos eles são falhos de alguma forma.”
Em entrevista de 2017 à Q Magazine, Noel Gallagher expressou falta de apreço por um trabalho específico da carreira. Segundo ele, o álbum Be Here Now, que sucedeu Definitely Maybe e (What’s the Story) Morning Glory?, “não se sustenta”.
“No estúdio, ele era ótimo. No dia em que foi lançado, era ótimo. Foi só quando entrei em turnê que pensei: ‘isso aqui não se sustenta’. [...] Não me entenda mal, eu autografo um monte de cópias desse disco todos os anos. As pessoas estão preparadas para brigar comigo na rua, dizendo: ‘eu amo esse álbum!’. Mas eu sei quanto esforço eu coloquei ali. E não foi tanto.”
Em muitas outras entrevistas, Noel reforçou seu ponto a respeito de Be Here Now. Em 2018, conversando com Talia Schlanger, ele chegou a dizer que odeia o álbum.
“Foi a primeira vez que fui solicitado a compor um disco como o maior compositor do mundo. Então eu murchei sob essa pressão, eu acho. Eu odeio esse álbum. E por nenhuma outra razão além do fato de que eu estava lá quando ele foi criado - e eu não deveria tê-lo criado.”
O guitarrista estava receoso, mas foi incentivado por praticamente todo mundo ao seu redor a gravar e lançar o material. “Eu sabia que era ruim? Sinceramente, eu o compus nas férias - e você não deve compor discos de rock usando shorts. Voltei para Londres com as fitas demo achando que estava tudo bem”, afirmou, antes de complementar:
“Botei para tocar e todos acharam a melhor coisa da história, então pensei que talvez fosse bom. Todo mundo ao redor — empresários, gravadora, o resto da banda — dizia que era incrível. Na imprensa, recebi as melhores críticas. Mas lembro que estava em turnê e ficou muito aparente, após quatro semanas, que as novas músicas não estavam no patamar das antigas.”
Embora tenha vendido mais de 8 milhões de cópias mundialmente (batendo recordes de vendas, especialmente em seus primeiros dias) e emplacado músicas como “Stand By Me” e “D’You Know What I Mean?”, Be Here Now hoje é lembrado por ser um tanto longo e oscilar bastante em qualidade entre suas composições.
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