Banda brasileira de metal extremo, Crypta entra nas paradas dos EUA

Não é de hoje que a Crypta tem se destacado como uma das grandes referências da música pesada brasileira. Composta por duas ex-integrantes da Nervosa, outro grupo bem-sucedido do segmento nascido no país, a banda de death metal tem conquistado públicos de todo o mundo.

Um reflexo disso se deu nos últimos dias, quando seu segundo álbum de estúdio, Shades of Sorrow, entrou pela primeira vez nas paradas dos Estados Unidos. Os rankings locais são uma iniciativa da Billboard, revista em circulação desde 1894 e responsável por publicar as listas desde 1913.

A banda formada por Fernanda Lira (voz e baixo), Luana Dametto (bateria), Tainá Bergamaschi (guitarra) e Jéssica di Falchi (guitarra) - as duas primeiras ex-integrantes da já mencionada Nervosa -, estreou nas seguintes paradas segmentadas:

- Top Current Album Sales, com os novos álbuns mais comercializados nos Estados Unidos no formato chamado de “vendas puras” (mídia física, como CD ou LP, e download digital, sem contabilizar streaming) naquela semana. Nesta lista, a Crypta chegou à 71ª posição por ter vendido 1 mil unidades de Shades of Sorrow nos EUA durante a primeira semana de lançamento (entre 4 e 10 de agosto de 2023);

- Emerging Artists, com os artistas “emergentes” que conquistaram números mais expressivos naquela semana. Neste ranking, a Crypta atingiu a 41ª colocação por números não especificados de Shades of Sorrow nas “vendas puras” + streaming durante a primeira semana de lançamento (entre 4 e 10 de agosto de 2023).

A versão online da Billboard (via site Igor Miranda) chegou a publicar um artigo com os estreantes de sua parada na última semana. A Crypta estava por lá. O texto assinado por Xander Zellner diz:

“A banda brasileira de death metal, de São Paulo, conseguiu sua primeira aparição nas paradas, graças ao seu segundo álbum de estúdio, ‘Shades of Sorrow’. Lançado em 4 de agosto pelo selo austríaco Napalm Records, o grupo estreia na 71ª posição da parada Top Current Album Sales, com mil unidades do trabalho vendidas. A banda lançou seu primeiro álbum, ‘Echoes of the Soul’, em 2021. O grupo também entra na 41ª posição da parada Emerging Artists. A Crypta é composta por Tainá Bergamaschi (guitarra), Luana Dametto (bateria), Jéssica di Falchi (guitarra) e Fernanda Lira (baixo/vocal).”

Crypta, Brasil e Sepultura

São poucos os artistas e bandas do Brasil que conseguiram entrar nas paradas da Billboard, independentemente da lista ou da posição. Um dos raros nomes a conseguir esse tipo de feito também vem do metal extremo: o Sepultura, gigante do thrash metal que já flertou com death, groove e black metal ao longo da carreira.

As inserções de destaque do grupo à época formado por Max Cavalera (voz e guitarra), Andreas Kisser (guitarra), Paulo Jr (baixo) e Iggor Cavalera (bateria) ocorreram na Billboard 200, a parada geral de álbuns dos Estados Unidos. As conquistas vieram com os seguintes discos:

- Arise (1991) - 119ª posição;

- Chaos A.D. (1993) - 32ª posição;

- Roots (1996) - 27ª posição;

- Against (1998) - 82ª posição;

- Nation (2001) - 134ª posição.

Vale destacar que o Sepultura também acumula certificações por vendas expressivas no país. Tanto Chaos A.D. quanto Roots receberam disco de ouro por terem ultrapassado a marca de 500 mil cópias cada.

Já no ranking geral de singles, Billboard Hot 100, entraram Astrud Gilberto (com Stan Getz), Sérgio Mendes, Eumir Deodato, Morris Albert, Cansei de Ser Sexy, Michel Teló, Claudia Leitte (com Pitbull e Jennifer Lopez), Nego do Borel (com Maluma) e Anitta. Mendes, aliás, é o brasileiro que mais apareceu no ranking, com 14 inserções. Já a melhor posição de um artista nacional na lista americana de compactos foi conquistada por Deodato, com sua versão para o poema sinfônico “Also sprach Zarathustra”, de Richard Strauss.