Guitarrista é listado como integrante oficial e gravou o novo álbum From Zero e é listado como integrante, mas Alex Feder o substitui ao vivo
Igor Miranda (@igormirandasite)
Publicado em 24/12/2024, às 09h15Não é completo o envolvimento real de Brad Delson com a atual fase do Linkin Park, reativado com Emily Armstrong (vocais) e Colin Brittain (bateria). O guitarrista, um dos membros fundadores da banda, participa do grupo apenas nas atividades em estúdio, estando fora das turnês.
Ao vivo, Alex Feder ocupa seu lugar. Além dos nomes já citados, o cantor e multi-instrumentista Mike Shinoda, o baixista Dave “Phoenix” Farrell e o DJ Joe Hahn completam a formação.
Será que existe alguma chance de Delson retomar o seu posto nos palcos? E o que ele acha de Feder? Essas questões foram respondidas pelo músico em entrevista à Guitar World.
Ao ser perguntado se voltaria a realizar apresentações, Brad deu uma declaração enigmática. Sabe-se que ele lida com questões de saúde mental que o levaram a decidir pelo afastamento dos palcos, logo, não seria possível que ele oferecesse uma resposta conclusiva. Porém, ele não fecha portas para a possibilidade, afirmando:
“Nunca se sabe. Não tenho uma bola de cristal, não posso dizer com certeza [se retornaria às turnês].”
A respeito da chegada de Alex Feder, escolhido pelo próprio, Brad adotou inicialmente um tom brincalhão — “Alex é tão bonito que o mundo não conseguiu resistir a ele [risos]” — e reforçou como o hiato de sete anos do Linkin Park, entre a morte de Chester Bennington e a atual reunião, o fez redefinir prioridades. O guitarrista comentou:
“Ter menos tempo ativo nos últimos anos nos deu uma oportunidade de pensar qualitativamente: o que nos energiza, onde nos sentimos mais realizados e onde prosperamos. Não era sobre voltar ao que estávamos fazendo. Era sobre pegar o que aprendemos no tempo livre para abordar nossos papéis com maior autoconsciência. E é no estúdio onde eu realmente prospero. Adoro fazer coisas novas. É isso que me dá energia.”
Delson definiu Feder como seu “sósia viajante do mundo” e disse que o colega “traz muito para o show”. Também o definiu como “um músico incrível e um forte guitarrista ao vivo”. E deixou claro: embora não esteja se apresentando mais, ajudou a criar o conceito do espetáculo que está sendo levado a todo o mundo.
“Estou muito orgulhoso do show. Mesmo que eu não esteja no palco, coloco muito do meu amor criativo no show. Sempre fui obcecado por repertório, por conceito do show e como ele flui. Trabalhei muito duro no show atual; não é diferente do passado.”
Em novembro, Mike Shinoda concedeu entrevista ao Zach Sang Show (via Blabbermouth) e, ao discutir a chegada de Colin Brittain, acabou compartilhando algumas informações adicionais sobre Brad Delson.
Inicialmente, Mike comentou que Colin seria apenas um dos compositores e produtores de From Zero. Todavia, o fato de o baterista original Rob Bourdon ter optado por não se envolver com a reativação do grupo fez com que uma vaga surgisse.
“Colin Brittain faria parte do processo (do novo álbum do Linkin Park, From Zero) apenas como compositor e coprodutor. Amo trabalhar com Colin. Eu o conheci em sessões e o trouxe para ajudar. Mas vimos que precisaria de alguém para tocar bateria e, como sabia que era seu instrumento principal, ofereci a ele. Isso o afastaria da carreira de produção.”
Em seguida, a situação de Delson foi mencionada. De acordo com Shinoda, o guitarrista lida com questões de saúde mental que o impedem de realizar turnês.
“Caso alguém não entenda a dinâmica, Brad é nosso guitarrista — ele está na banda —, mas ele percebeu que em termos de… é meio que uma questão de saúde mental. Ele não gosta de turnês e do estilo de vida de shows ao vivo. Então, ele é nosso guitarrista, mas ele não está tocando ao vivo.”
A chegada de Alex Feder, inclusive, foi uma escolha de Brad Delson. Contudo, por um momento, ofereceu-se a possibilidade de Brittain se tornar o guitarrista em turnês e não o baterista efetivo. Mike declara:
“Brad escolheu Alex para tocar suas partes ao vivo e eles se dão muito bem. Mas na época, não conhecíamos Alex, então perguntamos a Colin: ‘Brad precisa de alguém para tocar guitarra e nós precisamos de um baterista. Você faz os dois igualmente bem. O que você gostaria de fazer?’. Era como uma criança em uma loja de doces. Acho que ele disse: ‘Não acredito no que você está me perguntando agora’. Ele estava tão animado.”
Além de ter realizado uma curta série de shows em 2024 — dois deles com ingressos esgotados em São Paulo, no último mês de novembro —, o Linkin Park lançou um novo álbum com Emily Armstrong e Colin Brittain. From Zero chegou também no mês passado e obteve ótima repercussão.
O disco atingiu a primeira posição nas paradas de 15 países, incluindo Reino Unido, Alemanha, Austrália, França e Portugal. Houve apenas uma “pedra no sapato” no mercado fonográfico mais importante do mundo, os Estados Unidos, onde ficaram em 2º lugar — o EP Golden Hour: Part.2, do grupo de k-pop Ateez, conquistou o reconhecimento mais alto.
Mesmo não obtendo o primeiro lugar nos Estados Unidos, From Zero foi o álbum de rock que atingiu a posição mais alta nas paradas gerais nacionais em 2024. A última vez que um disco do estilo abocanhou o topo do ranking se deu em novembro do ano passado, com One More Time…, do Blink-182.
O Linkin Park retoma a From Zero World Tour na Cidade do México, em 31 de janeiro. Passando por vários continentes, o grupo encerra a agenda com mais quatro apresentações no Brasil, no Rio de Janeiro (08/11), São Paulo (10/11), Brasília (13/11) e Porto Alegre (15/11). Ainda não há ingressos à venda.
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