- Bruce Springsteen (Foto: Ilya S. Savenok/Getty Images)

Bruce Springsteen: 5 melhores músicas do cantor; 'Born to Run,' 'The River' e mais [LISTA]

Bruce Springsteen, também conhecido como The Boss, completou 72 anos nesta quinta, 23 de setembro

Brian Hiatt, David Browne, David Fricke, Jon Dolan, Thomas Walsh, Simon Vozick-Levinson, Patrick Doyle, Andy Greene, Will Hermes e Rob Sheffield | Rolling Stone EUA Publicado em 23/09/2021, às 19h35

Nos 41 anos desde o lançamento de sua estreia na música com o disco Greetings from Asbury Park, N.J. (1973), Bruce Springsteen construiu um catálogo de canções quase inigualável na história do rock, do drama das ruas dos primeiros trabalhos, passando pelos hits de elevar tetos de estádios em Born in the U.S.A. (1984), continuando até os recentes esforços social e politicamente engajados como High Hopes (2014).

Uma grandiosidade sustentada por tanto tempo faz a escolha dos melhores momentos se tornar um trabalho difícil e subjetivo, mas demos o nosso melhor. Selecionadas com ajuda de um painel de escritores e artistas, aqui estão as cinco melhores músicas de Bruce Springsteen, de acordo com a Rolling Stone EUA.

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"The River"

Muitos dos personagens trágicos nas músicas de Springsteen são fictícios. Mas, o casal adolescente de "The River" foram inspirados em suas experiências da realidade. A irmã do cantor Ginny engravidou aos 18 anos e casou com o pai do bebê, Mickey Shave, quem aceitou um emprego como pedreiro para sustentar a família.

"Passaram por muitas dificuldades no final da década de 1970, assim como muitas pessoas passam hoje," disse Springsteen quando tocou o disco The River (1980) completo em 2009. Transformou a história em um lamento comovente da classe operária, uma balada lenta e escassa, com uma seção de gaita melancólica que começa a soar como um funeral ao final. 

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Springsteen lançou "The River" no show No Nukes em setembro de 1979, logo depois de gravá-la com a E Street Band no estúdio Power Station, em Nova York (EUA). A irmã dele estava na plateia, mas não sabia que o cantor havia escrito a música sobre ela. "Cada palavra era verdade," contou Ginny ao biógrafo de Springsteen, Peter Ames Carlin. "E lá estava eu, completamente exposta. Não gostei no começo, mas agora é minha música favorita." Hoje, Ginny e Mickey ainda são casados e felizes.


"Racing in the Street"

O lado A de Darkness on the Edge of Town (1978) termina com a música mais silenciosamente devastadora do catálogo de Springsteen. Apesar de também ter sido gravada com a banda completa, a versão do disco é uma balada acompanhada apenas de um piano, cantada da perspectiva de um sujeito perdedor, de uma cidade pequena, com um carro velho e uma namorada cansada.

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Ao introduzir a canção ao vivo em 1978, Springsteen disse que foi inspirada por "uma pequena estrada de fogo" fora de Asbury Park. A letra usa o clássico do Motown, "Dancing in the Street," de Martha and the Vandellas, e até cabeças de motor de um Chevrolet de 1969. Quando a ponte solene e instrumental da música começa, você sabe que não há final feliz no horizonte ("Esta noite minha querida e eu, vamos cavalgar até o mar / E lavar esses pecados de nossas mãos," canta Springsteen). "O significado está tanto nas partes nas quais não canta quanto nas que canta," disse Tom Morello. "Você realmente sente essa impotência infinita enquanto dirigem a um futuro incerto.


"Thunder Road"

Springsteen tinha certeza que Born to Run abriria com a faixa-título — até que escreveu "Thunder Road." "Era tão obviamente uma música de abertura por conta da introdução," disse. "Definia o cenário. Tinha algo sobre a melodia que sugeria um novo dia, sugeria manhã, algo se abrindo." 

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Escreveu "Thunder Road" no piano em sua sala de estar; mais tarde, o tecladista Roy Bittan elegantemente extrapolou as partes de Springsteen. "O ataque de Roy e suas formulações do que eu lhe mostrei realmente criaram um som muito único e, ao final, se as pessoas ouvem, dizem: 'Soa como o E Street Band.'" Assim como muitas das músicas antigas de Springsteen, a letra dá dicas de uma perspectiva além da sua idade: "Então você está com medo e pensando que não somos mais tão jovens."

"As músicas foram escritas imediatamente após a Guerra do Vietnã, e você esquece como todos se sentiam desse jeito naquela época," disse Springsteen. "Havia um senso de temor e incerteza sobre o futuro e quem você era, para onde iria, para onde o país inteiro iria, então isso encontrou seu próprio espaço no disco."

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"Badlands"

"Criei títulos e fui em busca de músicas que merecessem o título," disse Springsteen, descrevendo o processo de composição de Darkness on the Edge of Town. "'Badlands' — esse é um ótimo nome, mas seria fácil estragá-lo! Mas, continuei escrevendo até ter uma canção que o merecesse." 

Pegou um riff de “Don’t Let Me Be Misunderstood," dos Animals, e se inspirou na ferocidade dos singles punk que ouvia na época e terminou com uma canção que coube perfeitamente na definição de Pete Townshend de hino do rock: "rezando no palco." "Acredito na fé que pode me salvar / Acredito e espero e rezo / Que algum dia vai passar acima de mim / Acima dessas terras ruins," canta Springsteen. "É ele cantando a parte mais aguda, enquanto sua outra voz usa toda a garganta e continua abaixo," afirmou Jackson Browne. "É legal e intrigante. Tem uma economia de linguagem. Ele constrói uma persona, um léxico de referências."

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"Born to Run"

Quando o Bruce Springsteen de 24 anos começou a compor "Born to Run," tinha um título, um riff de guitarra endividado com “Because They’re Young," de Duane Eddy e “Telstar,” dos Tornados, e esperanças desesperadas e extravagantes. "Eu tinha essas ambições enormes," disse o cantor, quem era, na época, um artista nichado sem hits na zona de perigo de perder seu contrato com a gravadora.

"Queria fazer o melhor disco de rock que já tinha ouvido. Queria que soasse enorme, pegasse você pela garganta e insistisse que você fosse nessa jornada, insistisse que você prestasse atenção — não só à música, mas à vida, estar vivo." Springsteen começou a trabalhar na canção um dia em 1974, sentado em sua cama em uma casa alugada há alguns quarteirões de distância da praia em Long Beach, Nova Jersey (EUA), e o álbum tomou forma em um estúdio pequeno em Hudson Valley, ao longo de seis meses de overdubs, alguns nunca usados: infinitos violões e guitarras elétricas, pianos, órgãos, cordas, violinos, sintetizadores, glockenspiel, sons de motores e um coral.

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"Passamos por diversas maneiras de tocar," disse o ex-baterista da E Street Band, Ernest "Boom" Carter, quem deixou o grupo logo depois de terminar a música. "Me tornei um bom jogador de dardos e sinuca quando passava tempo naquele estúdio." Springsteen atingiu o alvo e terminou com uma obra de arte impetuosa e cambaleante a qual se tornou seu hino e marca registrada. Aos 70 anos, ainda consegue imprimir paixão e significado na canção quando toca com a E Street Band debaixo de luzes piscantes.

"Era uma música de uma saudade enorme," diz o cantor, "e essas emoções e desejos nunca deixam uma pessoa. Você está morto quando não sente mais. A canção transcende idade e continua a falar com aquela parte de você que continua animado e amedrontado com o que o amanhã trará. Sempre fará isso — foi assim que foi construída."

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