- Capitual Inicial (Foto: Divulgação)

Capital Inicial faz show de 40 anos, mas rejeita nostalgia: 'Buscamos o inesperado' [ENTREVISTA]

Com show e DVD em comemoração aos 40 anos do Capital Inicial, Dinho revela escolhas difíceis para tracklist e abre coração de fã

Dimitrius Vlahos (@dimitriusvlahos) Publicado em 18/11/2022, às 17h05

Embora surfar na própria nostalgia não seja uma opção, Capital Inicial completa 40 anos em 2022, e os integrantes não deixaram a data histórica passar batida. A sede por novidades e reinvenção conseguiu contagiar até mesmo o disco e a turnê Capital Inicial 4.0, projetos repletos de faixas antigas do grupo - reimaginadas e interpretadas ao lado de outros nomes da música brasileira, entre artistas consagrados e revelações.

Em entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil, Dinho Ouro Preto comentou expectativas para os shows da turnê - que chega em São Paulo nesta sexta, 18, no Espaço Unimed - e ressaltou importância da celebração: “A gente encara a nostalgia como algo associado a naftalina. Mas, porr*, 40 anos é impossível, tinha que ser celebrado. É muito tempo! Eu acho que é uma data surpreendente, fazer música por tanto tempo no Brasil.”

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Com isso em mente, banda reuniu um time de respeito para as gravações e turnê. Bat Zavareze - responsável pela direção de arte dos Tibalistas, Marisa Monte e outros - foi um desses convidados, conforme as luzes e visuais ganharam atenção especial para os shows.

Um dos desafios enfrentados foi a escolha do tracklist do álbum - que refletirá diretamente nas apresentações. Com tantos sucessos e outro projeto ao vivo recente - o acústico em Nova York - banda brasiliense incluiu grandes hits, mas deu preferência aos b-sides e raridades valiosas do catálogo. Além disso, escutaram os fãs, que pediram nova versão de “Kamikaze,” faixa de 1991.

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“Várias músicas antigas foram rearranjadas, vários detalhes foram alterados. Tenho impressão que até os fãs não conhecem ou não tenham apreciado tanto parte desses b-sides,” imaginou o músico. A participação do produtor nessa escolha foi essencial. Unindo as opiniões do grupo, sem medo de expressar os próprios gostos, Dudu Marote foi responsável pela objetividade de Capital Inicial 4.0.

Pessoalmente, gosto de produtores que são mais participativos. Aquele que ouve a música e decide revisitar, essa é a participação do Dudu Marote. Se coubesse aos músicos, cada um iria sugerir uma: ‘Essa que eu fiz em 1989…’ Seria uma cacofonia. Deixamos que ele conduzisse, o ouvido de um cara que nunca trabalhou conosco anteriormente.

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Capital Inicial ousou ao trazer artistas como Marina Sena para interpretar clássicos da discografia. As possíveis reações do público mais conservador, no entanto, não assustaram Dinho: “Muita gente estranhou, mas eu acho que é positivo fazer isso. Fazer algo que é esperado, previsível, é ruim. Lá atrás, o Capital fez uma música chamada ‘Viva a Revolução,’ e procuramos o Cone Crew. As pessoas torcem o nariz, mas foi super legal. Da mesma forma que procuramos gente da MPB, o Lenine e o Seu Jorge. A gente procurou Far From Alaska, Scalene, CPM 22. Buscamos o inesperado, e algumas parcerias causam estranheza. Eu não me oponho.”

Sobre a setlist do show, sem rodeios, Dinho cravou que  tocará o disco com as novas versões na íntegra - além de incluir sucessos essenciais nos shows da banda. Ele ainda comparou a experiência com apresentações em festivais, onde é necessário apelar para faixas mais “nervosas.” “O que vai rolar é a íntegra do DVD, e a gente vai tocar algumas outras canções do Capital que ficaram de fora, algumas coisas mais queridas. Não tocamos aqui em São Paulo faz um bom tempo, então deve ser um show mais longo,” afirmou.

Capital Inicial X The Killers

Em momento descontraído da conversa, o músico revelou sua vertente de fã e não poupou elogios a The Killers - banda com quem dividiu o palco na última semana em Brasília. Os artistas estavam escalados para o Metrópoles Music, no Estádio Mané Garrincha, e Dinho confirmou que esperava ter, ao menos, a chance de cumprimentar Brandon Flowers - líder do grupo norte-americano.

"Quando surgiu o convite, não acreditei. Assisti o show deles no Lollapalooza quando ainda era no Jockey. Foi um dos shows mais legais da minha vida. É uma realização. Ainda mais em Brasília [risos]. Que alegria!"

O esperado encontro aconteceu, e você confere as imagens abaixo:

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