Em entrevista à Rolling Stone Brasil, CeeLo Green contou o que fãs podem esperar de seu show, rasgou elogios a Iza e relembrou James Brown
Heloísa Lisboa (@helocoptero) Publicado em 27/01/2024, às 07h00
CeeLo Green retorna ao Brasil como atração internacional do Festival de Verão, que acontece neste fim de semana, 27 e 28, em Salvador. Cinco vezes vencedor do Grammy, ele promete um show com as novas produções do The Pink, sem deixar seus hits para trás. Além disso, o músico espera receber amor do público, o que também vai entregar: "porque tudo o que eu tenho para dar é amor"
Na última passagem pelo país, em 2022, o artista homenageou James Brown ao lado de Luísa Sonza. CeeLo Green considera Brown, falecido em 2006, como um padrinho da música, embora não tenham se conhecido pessoalmente. Conversando com a Rolling Stone Brasil, Green destacou que o respeita "como homem e como artista".
Em 2017, Iza foi quem subiu ao palco com CeeLo. Desde então, os dois viraram bons amigos e, em 2024, voltam a se encontrar, dessa vez no line-up do Festival de Verão. O cantor rasgou elogios à dona do hit "Pesadão" e afirmou que gostou "muito dela como a rainha" em seu álbum mais recente, AFRODHIT (2023).
Uma parceria com Iza não está fora de questão, mas CeeLo Green está mirando Steve Lacy e Sade: "Sade, se você vir isso, eu adoraria trabalhar com você, minha amiga".
Leia entrevista com CeeLo Green na íntegra:
Rolling Stone Brasil: Como se sente voltando ao Brasil?
CeeLo Green: É incrível ser convidado para voltar com a frequência que eu sou, então eu me sinto muito agraciado, honrado e agradecido.
Rolling Stone Brasil: O que os fãs devem esperar do seu show?
CeeLo Green: As pessoas no Brasil gostam de se mexer. Gostam de energia, ritmo e dança. Se eu puder dar isso a elas, então acho que ficarão satisfeitas. Estarei lá para fazer as pessoas se mexerem.
Rolling Stone Brasil: E o que você espera da plateia do Festival de Verão?
CeeLo Green: Amor. Isto é tudo o que eu espero: amor... Porque tudo o que eu tenho para dar é amor. Esta é a oferta de troca: amor por amor.
Rolling Stone Brasil: Você tocará as músicas da sua parceria com Jack Splash?
CeeLo Green: Ah, sim. Para falar a verdade, eu incluí as duas músicas na setlist.
Rolling Stone Brasil: Como foi trabalhar com ele no The Pink?
CeeLo Green: Jack Splash e eu somos como irmãos. Estamos trabalhando juntos há 13 ou 14 anos, se não mais que isso. Temos algumas das músicas que finalmente pudemos lançar no ano passado há todo esse tempo. Então, temos um grande catálogo de músicas não lançadas, que podemos fazer como lazer. Ele é definitivamente um dos produtores geniais mais desconhecidos e subestimados do nosso tempo. Ele é um cara brilhante.
Rolling Stone Brasil: Vocês estão trabalhando em um álbum juntos?
CeeLo Green: Bom, nós sempre gravamos, sabe? Porque, quando estamos trabalhando em algo novo, falamos: "Ei, veja isso aqui". Eu gosto disso. A gente apenas grava alguma coisa no nosso tempo livre e só cataloga, sabe, registra e coloca em algum lugar. "Ei, pode ser uma trilha sonora ou algum tipo de oportunidade onde isso se encaixe perfeitamente..." Você nem sempre sabe onde a música pertence. Então, seja paciente, você deve confiar no processo.
Rolling Stone Brasil: Você vai tocar alguns covers?
CeeLo Green: Eu gostaria. Se as pessoas quiserem, tocarei.
Rolling Stone Brasil: Como você monta sua setlist?
CeeLo Green: Acho que tento e faço isto porque me apresento regularmente no Brasil: tenho uma ideia do que o público gosta e do que os anima. Então, é como construir um filme. É como se cada performance fosse como um filme. É como uma peça. Você começa e aí é como uma subida, você sobe aquela montanha, chega ao topo dela. Você tem essa visão do mundo que é de tirar o fôlego e fica sem palavras. Você volta para o vale, respira, tem um momento. Então, você volta para cima, quero dizer, você decola para o espaço sideral a partir daí. Eu acho que essa é a melhor forma de poder mostrar, porque é o sinal vital da vida. Altos e baixos significam que você está vivo. Se tudo estiver muito certo, significa que você terminou.
Rolling Stone Brasil: Como é sua relação com seus hits, como "Crazy" e "Fuck You"?
CeeLo Green: Ah, eu amo essas músicas! São como mães de bebês. Eu tive filhos com essas músicas. Talvez seja uma analogia boba, mas acho que entende o que estou dizendo. Basicamente, o que estou dizendo é que somos uma família. Essas músicas estão vivas. São coisas vivas, sabe?
Rolling Stone Brasil: No ano passado, o hip-hop completou 50 anos. Como se sente sendo parte disso?
CeeLo Green: Honrado, porque eu sou um grande fã de hip-hop desde o comecinho. Foi o primeiro reflexo que vi de mim mesmo no espelho. E, sabe, eu estou de boa comigo, entende? Eu me aceito e tenho crescido bastante. Me sinto jovem e vibrante como nunca. Cinquenta anos ainda é jovem. Há muito o que ainda podemos fazer.
Rolling Stone Brasil: Às vezes pode ser difícil elogiar nós mesmos, eu acho, mas quais são, para você, suas maiores contribuições para esse tipo de música?
CeeLo Green: Bom, eu não sei. Acho que tudo é julgado como um conjunto de trabalho. Pode ser uma música, ou um verso. Michael Jackson é o Michael Jackson porque ele nasceu Michael Jackson. É um direito de nascença de passagem desde o começo. Não tive meu final ainda. Eu ainda nem sei se já fiz o meu melhor. Acredito que Deus preparou mais para mim. Eu ainda tenho tempo.
Rolling Stone Brasil: Você escreveu "Who's Gonna Save My Soul" para James Brown e o homenageou em shows cantando as músicas dele, mas nunca conversaram. Se ele estivesse vivo e você pudesse, o que diria a James Brown?
CeeLo Green: Acho que eu provavelmente começaria essa conversa com a reverência e o respeito que tenho por ele como homem, como artista e como um padrinho para mim. Eu diria: "Muito obrigado. Estarei sempre em dívida com você". Então, eu provavelmente calaria minha boca e o ouviria.
Rolling Stone Brasil: Há tempo para ir atrás de outros músicos brilhantes. Você tem alguns nomes de artistas com quem gostaria de trabalhar em mente?
CeeLo Green: De quem eu gosto? Fico sempre perplexo quando penso apenas em artistas atuais. Eu gosto de Steve Lacy. Você também gosta? Sempre falo da Sade, porque ela não trabalha com muita gente, então seria uma honra se ela dissesse: "Sabe de uma coisa? Não trabalho com muitas pessoas, mas vou trabalhar com você". Então, Sade, se você vir isso, eu adoraria trabalhar com você, minha amiga.
Rolling Stone Brasil: Nas suas últimas visitas ao Brasil, Luísa Sonza e Iza tocaram ao seu lado. Você já pensou em produzir algo com elas?
CeeLo Green: Sim! O último álbum de Iza é ótimo. Pude ouvir toda sua discografia e gostei muito dela como a rainha em seu reinado. E por sermos amigos e termos história... Acho isso ótimo. Só torna as coisas mais fáceis para trabalharmos juntos em algum momento. Então, estarei aqui se ela estiver disposta a fazer isso.
Rolling Stone Brasil: É sua primeira vez em Salvador, certo?
CeeLo Green: Sim!
Rolling Stone Brasil: Você está planejando visitar alguns lugares?
CeeLo Green: Sim, tenho certeza que vão me levar para dar uma volta. Tenho alguns amigos lá. Eles sabem exatamente o que fazer. Então, vamos festejar e viver bons momentos.
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